ANUNCIE SUA MARCA AQUI! ENTRE EM CONTATO!

ANUNCIE SUA MARCA AQUI! ENTRE EM CONTATO!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

POLÍCIA CIVIL CONCLUI INQUÉRITO SOBRE “OPERAÇÃO HIPÓCRATES”



Foi  apresentada durante um coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (27), na sede da 14ª Desec em Caruaru, a conclusão do inquérito policial da chamada “Operação Hipócrates” que investiga crimes cometidos por médicos ortopedistas ou traumatologistas, profissionais da saúde a particulares, que atuam ou atuavam no âmbito da Ortopedia e Traumatologia do Hospital Regional do Agreste em Caruaru e captavam pacientes daquela unidade hospitalar pública, para que realizassem cirurgias em hospitais particulares.

Além do delegado Dr. Erick Lessa, que preside o inquérito, também participaram da coletiva os promotores de justiça Dr. Luiz Gustavo e Dra. Natália Campelo, que são integrantes das Central de Inquéritos do Ministério Público de Pernambuco.

O delegado Dr. Erick Lessa, informou que a investigação foi iniciada em julho deste ano com a finalidade de apurar condutas suspeitas e que com a investigação foram comprovadas muitas irregularidades no HRA, como retardamento doloso na prestação do serviço para estimular o pagamento indevido de valores pelos pacientes ou familiares; cobrança pelos serviços realizados na rede pública, a pretexto de antecipação de atendimento; utilização de material cirúrgico aquém e além da quantidade prescrita; realização de cirurgias sem indicação de necessidade e utilização de informações privilegiadas em razão da função.


Ao todo 12 pessoas foram indiciadas pelo crime de organização criminosa, a novidade é que também foi indiciado o médico ortopedista Dr. Marcos Bezerra, que era o diretor do setor de ortopedia do HRA, por isso foi expedido o seu mandado de condução coercitiva que não foi cumprido por ele está ausente de Caruaru, mas ao saber que estava sendo procurado se apresentou na delegacia, onde prestou depoimento. Os demais investigados, alguns deles também estão sendo acusados de outros crimes como tráfico de influência, corrupção passiva, prevaricação e lesão corporal grave.

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA: consiste em promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa.

Pena: reclusão de 3 a 8 anos.

§4°, inc. ii: se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para prática da infração penal, a pena aumenta de 1/6 a 2/3.

CORRUPÇÃO PASSIVA: crime contra a administração pública, consiste em solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.

Pena – reclusão, de 2 a 12 anos e multa.

parágrafo único – a pena é aumentada em 1/3, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica anti ética infringindo o dever funcional.

PREVARICAÇÃO: crime contra a administração pública, consiste em retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

Pena – detenção, de (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

TRÁFICO DE INFLUÊNCIA: consiste em obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em funcionário público no exercício da função.

parágrafo único. a pena é aumentada de um terço, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.

LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA: consiste em ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem

§ 2° Se resulta:

I - Incapacidade permanente para o trabalho,;

II - enfermidade incurável;

III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V - aborto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.



Foram indiciados e denunciados pelo Ministério Público: Thiago Emanuel da Silva (ex-chefe do plantão, apontado como líder do grupo); o médico Pablo Thiago Cavalcanti de Albuquerque (apontado como có-líder); o também médico Bartolomeu Bueno Mota; a comerciante Maria Aparecida Gonçalves Pereira de Lima e os servidores da saúde que trabalham no HRA, começando pelo seu esposo Almir Ferreira da Silva, que é recepcionista; o vereador de Tacaimbó Claudomiro Martins da Silva, conhecido como Cláudio do Raio X; Luiz Emidio da Silva Filho, vulgo Foguinho; Jamesson Luiz da Silva, vulgo Gianecchini e Severino do Ramo Santos, vulgo Raminho, que já estão presos. Também foram indiciados e denunciados os médicos Ricardo Cavalcante Marinho e  Marcos Alberto Bezerra Filho, além da servidora da saúde Maria da Paz Mendes da Silva, que estão em liberdade. Ao todo foram 12 indiciamentos dos quais 9 foram expedidos e cumpridos os Mandados de Prisões.

Vários documentos médicos, foram apreendidos durante a operação há duas semanas, inclusive no casa do vereador Claudio do Raio X, foi encontrado um revólver.