Durante a audiência de
instrução do processo de Jéssica Camila
da Silva Pereira, em Olinda, na tarde desta quinta-feira, o trio conhecido
como “Canibais que atuaram em Garanhuns” preferiu ficar em silêncio. A sessão
aconteceu menos de um mês após o resultado do laudo que concluiu que eles não
têm qualquer problema mental.
Jorge
Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires Silveira e Bruna Cristina
Oliveira da Silva, compareceram ao fórum e a audiência durou
cerca de meia hora. Em Olinda, eles respondem por um homicídio triplamente
qualificado. As outras duas mortes aconteceram na cidade Garanhuns. No
município, eles também respondem a processos. Os três teriam usado carne das
vítimas para rechear salgadinhos que vendiam.
A juíza Maria Segunda Gomes
de Lima, informou que ainda não há data prevista para outra audiência. Hoje,
ela solicitou a uma emissora de TV que envie cópias de reportagens feitas sobre
o caso.
O CASO - O trio está
preso desde abril de 2012. À polícia, eles relataram que eram integrantes de
uma seita chamada Cartel, que tem como meta a purificação do mundo e o controle
populacional, por isso as vítimas sempre eram mulheres.
As outras vítimas são
Giselly Helena da Silva e Alexandra Falcão da Silva. Eles também respondem pela
ocultação e vilipêndio de cadáver (desrespeito ao corpo) e furto.
Bruna e Jorge foram acusados
ainda por estelionato, porque teriam usado o cartão bancário de Giselly. Bruna
também foi denunciada pelo crime de falsa identidade, uma vez que se apresentou
ao delegado, assumindo o papel de Jéssica, morta em 2008. Ela era a mãe da
menina de cinco anos encontrada com os acusados.
TESTE DE INSANIDADE - Em
julho de 2012, a defesa de Negromonte solicitou à 1ª Vara Criminal de Garanhuns
a instauração de um “incidente de sanidade mental”. A Justiça acatou o pedido e
determinou que Isabel e Bruna também passassem por avaliação psicológica. A
mesma solicitação foi feita à Vara do Tribunal do Júri de Olinda.
Agora, com o resultado do
exame, a Justiça entendeu que os três podem ser processados pelos homicídios.
Ainda não há data para os júris.
TEMPERAMENTO VIOLENTO
- Na audiência de instrução realizada no dia 25 de outubro em
Olinda, dois irmãos de Jorge Beltrão Negromonte prestaram depoimento. Irineu e
Emanuel Beltrão contaram que, quando jovem, Jorge desenhava quadrinhos em que
retratava cenas de violência contra mulheres. Conforme relato dos dois, o
temperamento agressivo do irmão aflorou na adolescência.
Eles disseram que Negromonte
não tinha contato com a família nos últimos tempos e que todos ficaram
surpresos com a descoberta dos crimes supostamente praticados pelo trio. Os
dois confirmaram que os parentes tinham conhecimento de que o irmão vivia com
duas mulheres, mas nunca frequentaram a casa deles.
Irineu e Emanuel estiveram
entre as 17 testemunhas convocadas para a audiência. Dez delas seriam ouvidas
na primeira etapa, mas o Ministério Público desistiu de quatro.
A juíza Maria Segunda Gomes
de Lima informou que ainda não há data prevista para outra audiência. Hoje, ela
solicitou a uma emissora de TV que envie cópias de reportagens feitas sobre o
caso.