O gestor da Dinter-1, delegado Salustiano Albuquerque, esteve presente na apresentação. |
O delegado Erick Lessa, é o presidente do inquérito. |
Foi apresentada na Delegacia
Regional de Caruaru, na tarde desta sexta-feira (27), a conclusão do inquérito
da Operação Ponto Final, que foi realizada no dia 18 de dezembro deste ano, e que
resultou com a prisão de 10 vereadores de Caruaru: Sivaldo Oliveira (PP),
Cecílio Pedro (PTB), Val das Rendeiras (PROS) e Pastor Jadiel (PROS) e seis da
oposição – Val (DEM), Louro do Juá (SDD), Eduardo Cantarelli (SDD), Jajá (PPS),
Neto (PMN) e Evandro Silva (PMDB), que já estão soltos. O inquérito apura a
participação dos vereadores investigados, em crimes de concussão, formação de
quadrilha, porte e posse de armas e corrupção passiva.
A apresentação foi feita pelos
delegados de Polícia Civil, o responsável pelas investigações Dr. Erick Lessa, o
Dr. Frederico Marcelo e Dr. Diogo Melo Victor que ajudaram nas investigações e
o gestor da Diretoria Integrada do Interior-1 Dr. Salustiano Albuquerque.
O delegado Erick Lessa, detalhou
a participação dos vereadores nos crimes praticados e disse que três deles
foram apontados como os mentores do esquema para pedir propina ao Executivo
Municipal. “Cecílio Pedro (PTB) e Sivaldo Oliveira (PP) são os líderes da
organização criminosa por parte da base do governo e Val (DEM) era o líder por
parte da oposição. Foram usadas escutas ambientais para colher as provas. A
operação foi iniciada em junho e em dezembro todas as provas foram reunidas”,
disse.
Foram cumpridos 10 mandados
de prisão preventiva, 13 mandados de busca e apreensão, 37 depoimentos e 756
horas de interceptarão telefônica, além de captação de áudio e vídeo. São Mais
de 500 páginas de inquérito policial.
Cada vereador poderia pegar
até 56 anos de prisão, com exceção de Sivaldo e Cecílio, que pegariam 28 anos
cada um, devido à insuficiência de provas, mesmo considerados líderes do grupo.
O caso de Jadiel também é particular, já que ele cooperou com a polícia durante
a prisão preventiva, mas também será investigado sobre as circunstâncias do
empréstimo de R$ 30 mil. Eles são investigados sobre um suposto esquema de
concussão – para obter vantagens em razão de suas funções, na votação
principalmente do projeto de criação do sistema Bus Rapid Transport (BRT),
corrupção passiva e organização criminosa.
VEREADORES
INVESTIGADOS DÃO ENTREVISTA COLETIVA PARA TENTAREM SE EXPLICAR.
Logo após coletiva de imprensa com a
Polícia Civil em Caruaru, a respeito da Operação Ponto Final, que investiga um
suposto esquema de concussão de 10 vereadores caruaruenses, houve a coletiva
dos acusados, no Hotel Eduardo de Castro. O primeiro edil a se pronunciar foi
Evandro Silva (PMDB).
“Eu fui uma mesma oposição, quer dizer
que fiz isso pra ganhar alguma coisa?”, questionou. O vereador garantiu ser
inocente. “A inocência minha é total. Não há nada que incrimine do recebimento
da propina. O próprio prefeito disse isso”, desabafou.
Evandro, aliás, deu a entender que o
processo de investigação teria se desenrolado de forma mais fácil porque a
maioria dos vereadores faz oposição. “Há pouco mais de 60 dias eu disse na
Tribuna que Caruaru não precisava de casa legislativa, pois não o prefeito não
aceita oposição”, continuou.
Ele citou ainda que analisou o projeto
do BRT, cuja votação é um dos pontos investigados pela polícia. “Quanto ao BRT,
havia irregularidades que identificamos no empréstimo para o projeto. Nós
criamos a CPI do projeto, e pedimos informações sobre os limites desse
empréstimo. Nós questionamos o projeto. Nós não tivemos direito à defesa”,
completou.
Evandro e os outros nove vereadores
estão com suas atividades de vereador suspensas por 180 dias.