A direção da Associação dos Delegados de Polícia de
Pernambuco (Adeppe) critica, em nota, mudanças de delegados promovidas na
Corregedoria Geral e publicadas no último dia 7 de junho.
NOTA DA ADEPPE
A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco
(Adeppe) recebeu com incomum perplexidade a notícia das mudanças de Delegados
na Corregedoria Geral da SDS, publicadas no último dia 7, em que
foram dispensados de suas funções naquele órgão, sem qualquer fundamentação, os
Delegados Fábio Gaudêncio, Adriana Oliveira, Graham Campelo e Djalma Raposo.
Os colegas que ora são retirados da Corregedoria
são profissionais de vasta experiência na função investigativa e têm como
característica marcante uma atuação independente, imparcial e sempre pautada
pelo respeito às garantias individuais dos investigados, qualidades que,
aparentemente, não são as desejadas pela atual gestão.
Aliás, é de se frisar que a direção do órgão vem
atuando com o propósito claro de gerar estatísticas positivas de punição, mesmo
quando as comissões de disciplina concluem pelo arquivamento. Prova disso é a
condenação sumária de uma Delegada pelo fato dela não ter apresentado sua
própria defesa nos autos de um processo administrativo disciplinar. O
processo foi instaurado para apurar as circunstâncias de um assalto do qual ela
foi vítima, ocasião em que teve subtraída a arma da instituição. Ela foi
absolvida do fato principal apurado, afinal, policiais não estão imunes à
crescente violência, entretanto, por não ter exercido o seu direito de defesa,
quando instada a fazê-lo pela Corregedoria, restou punida.
Essa condução dos trabalhos na Corregedoria,
dirigida por pessoa estranha aos quadros das corporações subordinadas ao órgão,
está causando forte desmotivação nos profissionais de segurança pública. Na
Polícia Civil, por exemplo, essa tendência punitiva está levando os Delegados a
evitar investigações mais complexas. Não há mais clima para grandes
investigações. Muitos servidores estão buscando funções administrativas para
não ter que lidar com os problemas cotidianos das Delegacias, que podem ser
objeto de processos disciplinares. Resultado, menos investigação, mais
violência, causando-se inestimável prejuízo à sociedade.
Temos, porém, a plena confiança de que a
substituição efetuada não interferirá na manutenção da necessária isenção que a
função exige e que, mesmo com menos experiência no cargo, os colegas convocados
saberão lidar com maestria contra eventuais interferências que possam surgir no
intuito de se ampliar punições naquele órgão correcional.
A ADEPPE solidariza-se com os colegas, colocando-se
à inteira disposição para auxiliar no exercício pleno de seus direitos.