SÃO PAULO
(Folhapress) - O ministro da Defesa Raul Jungmann afirmou que vem ocorrendo uma
banalização do uso das Forças Armadas para resolver crises de segurança pública
nos estados. De acordo com ele, essas situações configuram apenas “férias para
bandidos” quando seu enfrentamento é feito exclusivamente pelos militares.
Jungmann
também disse que os militares brasileiros encaram como “extemporâneos” e “sem
sentido” os movimentos que pedem intervenção militar no País e que o setor
pretende dar sua contribuição para as reformas de natureza previdenciária em
discussão pelo governo.
O titular
da pasta da Defesa criticou o uso recorrente das forças militares nos Estados,
nas ações denominadas GLO (Garantia da Lei e da Ordem), após pedidos de ajuda
dos governos locais para solucionar crises de segurança pública. Segundo
Jungmann, “de 2010 para cá tivemos 36, o que significa uma banalização do uso
das Forças Armadas. Não é bom para as forças armadas, que têm outras funções, e
também não é bom para a própria segurança”.
“Simplesmente
colocar soldados na rua dá sensação de conforto momentânea, mas não resolve o
problema, porque as Forças Armadas vão sair. Se for apenas Forças Armadas, em
que pese a sua contribuição, na verdade você está dando férias para bandido”,
disse.
O
ministro afirmou ver com preocupação as manifestações que pedem uma intervenção
militar no País. “Os militares hoje no Brasil, e eu os conheço hoje muito bem,
são um ativo democrático”, afirmou. “Se alguém tentar arranhar, desfazer ou
ameaçar essa democracia, os militares serão um obstáculo a isso, porque estão
absolutamente constitucionalizados”, completou.
Jungmann
rebateu a crítica de que o setor militar estaria sendo preservado na reforma da
Previdência e afirmou que até fevereiro devem ficar prontos estudos para que a
área também dê uma contribuição para os ajustes nas contas. Segundo o ministro,
os militares não fazem parte do regime comum, em razão da natureza de seu trabalho,
e possuem um sistema de proteção social que faz parte do orçamento da pasta.