Esse fim de
semana o Jornal do Comércio trouxe uma reportagem cujo título foi “A explosão
da violência no interior de Pernambuco” relatando como tem sido difícil, em
termos de criminalidade, a situação em cidades como São José da Coroa Grande,
Cupira, Cabo de Santo Agostinho, e mais uma vez, infelizmente, a nossa querida
Caruaru. Nossa cidade desponta como um lugar extremamente violento, que tem
como característica dada pela reportagem como “Caruaru virou a capital do
medo”.
Ainda de acordo
com a reportagem, Caruaru se transformou, segundo moradores da cidade, em
capital da violência. Não por acaso, o ano de 2017 bateu recordes históricos de
homicídios, chegando a marca, nunca antes imaginada, de 262 registros desse
horrendo crime. Para se ter uma ideia, Caruaru só perde em números de
homicídios, no estado de Pernambuco, para Recife (que conta com mais de um
milhão e meio de habitantes) e Jaboatão dos Guararapes (quase 700 mil
habitantes), ficando à frente de cidades mais populosas do que a nossa, como
Olinda (aproximadamente 400 mil habitantes). Caruaru tem aproximadamente 360
mil habitantes.
Caruaru tem a
média de 74,5 homicídios por grupo de 100 mil habitantes. Se compararmos com o
Rio de Janeiro, que está em intervenção federal, em função da violência, aquele
estado anota 40 homicídios por 100 mil habitantes. Ou seja, a nossa capital do
Agreste está praticamente com o dobro da violência, em relação a um estado que
está com o exército nas ruas.
É preciso que a
nossa população se indigne e busque junto à gestora municipal, que ela
represente os anseios sociais, priorizando essa política pública que é a
necessidade número um do nosso país, estado e município, de acordo com recentes
pesquisas, que é a segurança pública.
A cidade de
Caruaru vive uma gestão pífia, bisonha, sem planejamento e sem sintonizar suas
prioridades, com as da população, diante de um cenário, que prejudica a todos,
sem exceção, independente da classe social, mas principalmente os mais
necessitados e trabalhadores, que vivem num município abandonado pelo poder
público.
A questão das
políticas públicas de enfrentamento a esse alarmante índice de assassinatos em
Caruaru deve ser posta em prática por todos os níveis de poder: União, Estados
e Municípios. Não podemos deixar de cobrar do governo de Pernambuco
investimentos na área, e isso está acontecendo no município, pois basta
mencionar a criação do BIESP (Batalhão Integrado Especializado), com o efetivo
de mais de 300 PMs, composto por companhias de policiamento especializado de
choque com cães, rádio patrulha, rondas com apoio de motocicletas (Rocam) e
policiais com capacitação para atuar no trânsito.
Além disso, foi criada
recentemente a Delegacia de Narcotráfico em Caruaru, bem como novos delegados
de polícia civil, escrivães e agentes chegaram em nossa cidade para recompor o
efetivo.
Esperamos
também que o governo federal comece a investir em ações integradas nos
controles das fronteiras da nação, pois, apenas para citar um exemplo, não se
tem notícia de produção de cocaína e seus derivados no Brasil, mas ainda assim,
em todas as cidades do nosso país, pode-se verificar a presença da droga
conhecida como “crack”.
E a prefeitura
de Caruaru, o que está fazendo nessa área? Respondo: nada! Já passou da hora de
fazer a sua parte e deixar de atribuir a culpa e a responsabilidade de
todas as
questões de segurança nos outros. Deveria aplicar investimentos em
monitoramento eletrônico, por meio de câmeras, principalmente nas entradas da
cidade; aumento significativo do efetivo da Guarda Municipal, equipando esses
profissionais, com arma de fogo para guarnecer sua integridade e contribuir no
combate à criminalidade; além de iluminar, de verdade, a cidade, com prioridade
para a periferia. Não dá para ficar vendendo ilusão pelas redes sociais, muito
menos realizar intermináveis reuniões e chamamento à população para contribuir
com discussões sobre segurança pública, se não põe em prática as demandas
apresentadas pelas sociedade, tão cansada de tanta promessa vazia e sem
cumprimento.
Infelizmente,
Caruaru perdeu o título de capital da cultura, da arte figurativa, da festa
junina, para a capital do medo, além das outras várias notícias negativas, que
semanalmente aparecem em nossa cidade, como a abertura de investigação por
parte do MPPE para apurar uma série de ilegalidades no pedido de empréstimo de
83 milhões de reais, junto à Caixa Econômica Federal, mesmo o município
contando com quase um bilhão de reais de orçamento, por ano. Caruaru
transformou-se em cidade destaque internacional, nacional e estadual, pelos
problemas que enfrenta, principalmente pela falta de segurança, em função da
absoluta incapacidade de gestão.
Fica a
reflexão. Esteja atento à próxima edição da coluna Hora da Cidadania, que é
divulgada todas as segundas-feiras. Você pode dar sugestão de temas, fazer
críticas e elogios através do e-mail: ericklessa04@gmail.com