Sérgio Moro: em nome do bem
comum
O juiz Sérgio Moro é um
símbolo da luta anticorrupção para grande parte da população brasileira. Na
semana passada, ele aceitou o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)
para se tornar ministro da Justiça. Com isso, ele abandonou as garantias da
magistratura, mas afirma que tomou a decisão após pensar na sua eventual
contribuição ao “bem comum”, de modo que ele pode fazer mais pelo país no
Ministério do que à frente da 13ª Vara Federal de Curitiba.
O plano do Governo
Bolsonaro, divulgado até o momento, indica que a Pasta da Justiça voltará a
comandar a Segurança Pública e aglutinará também a Transparência, a
Controladoria-Geral da União e o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, hoje ligado ao Ministério da Fazenda. Assim, Sérgio Moro estará à
frente de um “superministério”, com condições para combater não apenas a
corrupção, mas também o crime organizado. A crise dos refugiados da Venezuela
também deverá ser gerenciada pelo próximo ministro.
Outro enfrentamento de Moro
será a narrativa esquerdista de colocar sob suspeita a atuação do juiz na
Operação Lava Jato, que levou à prisão importantes empresários e políticos do
Brasil, a exemplo do ex-presidente Lula. Ao todo, Moro já julgou 46 processos
da Lava Jato, sendo responsável por 215 condenações de 140 pessoas. Porém, a
defesa de Lula afirma que a maior operação anticorrupção do mundo – superando a
Mãos Limpas, da Itália – não passou de um gesto político para inviabilizar a
eleição do ex-presidente. Em um primeiro momento, quem deve conduzir o
andamento dos processos da Lava Jato na primeira instância é a juíza substituta
Gabriela Hardt. Ela terá a tarefa inicial de julgar 25 processos, e Lula é réu
em dois deles.
O que ninguém pode negar é
que Moro é uma das mais importantes lideranças do mundo. Desde 2016 seu nome
surge nas listas de instituições como a Fortune, a Time e a Bloomberg. Em maio
deste ano, Moro recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de
Notre Dame, “por ser um exemplo claro de alguém que vive os valores e que luta
pela justiça sem medo ou favor”, somente para citar algumas das comendas
recebidas pelo magistrado.
Com tantos atributos,
esperamos que a sua atuação à frente da Pasta da Justiça seja positiva,
trazendo esperança e possibilidade de dias melhores para os brasileiros. E que
outros profissionais, nas mais diversas áreas de atuação, também sejam
instrumentos para contribuir com o “bem comum” da nossa sociedade.