A Polícia Federal em
Pernambuco deflagrou na manhã da última, terça-feira (30/04/2019) a Operação
Forger visando investigar crimes financeiros, falsificação de documentos
públicos e comércio de cédulas falsas praticados na região metropolitana de
Recife Foram cumpridos 07 (sete) Mandados de Busca e Apreensão e um Mandado de
Condução Coercitiva nos municípios de Recife, Camaragibe, Paudalho, São
Lourenço da Mata e Paulista, com a participação de 40 (quarenta) Policiais
Federais, distribuídos em 7 (sete) equipes referentes a três investigações
distintas.
O primeiro procedimento
investiga concessão de financiamentos habitacionais com o uso de documentos
falsos e participação de um Gerente do Banco, na época dos fatos, que também
mantinha uma empresa do ramo de construção civil. No período de um ano, o grupo
investigado movimentou cerca de R$ 2,5 milhões de reais. E neste caso foram
cumpridos 04 Mandados de Busca e Apreensão que apura o crime de peculato (Art.
312 do CP, com pena de dois a doze anos de reclusão) e obtenção de
financiamento mediante fraude (Art. 19 da Lei 7.492/86, com pena de dois a seis
anos de reclusão). Nas buscas foram apreendidos diversos documentos e inúmeros
contratos de compra e venda de imóveis em Paudalho e Camaragibe. Todo o
material passará por perícia técnica com o objetivo de obter provas que
comprovem a participação delitiva tanto do gerente do banco como demais
envolvidos. Não houve flagrante.
No segundo procedimento
foram cumpridos 02 (dois) Mandados de Busca e Apreensão relacionados com o
crime de comércio de cédulas falsas, cartões (crédito e débito) e CNHs falsas,
pela pessoa que se denominava Jhonny Fake – nas redes sociais (PAULO FERNANDO
CRESPO DE ARAÚJO NETO, desempregado, casado, 29 anos, natural de Recife/PE e
residente em São Lourenço da Mata/PE). As cédulas falsas eram vendidas por 1/10
de seu valor (ex.: R$ 1.000,00 falsos custavam R$ 100,00 verdadeiros), sendo
que as CNHs falsas variavam o preço dependendo da categoria, de R$ 1.000,00 a
R$ 4.000,00. O investigado também vendia cartões de crédito e débito com valor
disponível de R$ 4.500,00 a R$ 80.000,00, contendo a senha e o prazo para uso
do valor (15 dias no crédito ou 20 dias no débito). Para exemplificar, um
cartão com crédito de R$ 12.000,00 era vendido a R$ 1.000,00. O crime de
comércio de moeda falsa está previsto no
Art. 289 do CP, com pena de reclusão de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa,
além dos crimes de falsificação de documentos, previsto no Art. 297 do CP, cuja
pena é de reclusão, de 2 (dois) a 6
(seis) anos, e multa. No momento das buscas em São Lourenço da Mata,
foram apreendidos o celular (passará por perícia) do suspeito e pequena
quantidade de maconha para consumo pessoal, razão pela qual foi lavrado um
TCO-Termo Circunstanciado de Ocorrência e logo em seguida foi liberado.
Por fim, no terceiro
procedimento foram cumpridos 01(um) Mandado de Busca e Apreensão e 01 Mandado
de Condução Coercitiva no interesse de investigação de uso de vários
passaportes e demais documentos falsos para ter acesso a outros países, onde
por diversas vezes foi deportado de alguns países e inadmitido em outros em
virtude de ser contumaz nessa modalidade criminosa. Foram identificados ao
menos três nomes utilizados pelo investigado, que utilizou documentos diversos
para realizar migração para a Europa. Já residiu na Áustria, Portugal e Paris.
Existem também 4 (quatro) boletins de ocorrência por envolvimento com pirâmide
financeira nos estados de Sergipe, Acre, Tocantins e Goiás. Em 2015 lançou -se
com escritor publicando seu livro “O Fim do Inferno”. Ele costuma apresentar-se
como CLAYTON EDUARDO FRANÇA SILVA, empresário, natural de Recife/PE, 40 anos,
natural de Recife/PE e residente em Paulista/PE, mas possui documentos também
como sendo Paulo Eduardo Afonsin Neto, Vitorio Sforzza Giotto Filho, além de
outros. O crime de uso de documento público falso está previsto no Art. 304 do
CP, com pena de reclusão, de 1(um) a 5 (cinco) anos, e multa. No momento das
buscas foram apreendidos, talões de cheques, várias carteiras de identidades e
de motorista em nome do suspeito, vários celulares, discos rígidos, pen drives,
notebooks, além de um veículo S10, vermelha. O suspeito foi autuado em
flagrante em virtude de ter se apresentado para os policiais uma identidade com
nome falso. Após a autuação foi encaminhado para a audiência de custódia onde
foi confirmada a sua prisão preventiva e logo em seguida encaminhado para o
COTEL-Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna onde ficará à
disposição da Justiça Federal.
A Operação Policial foi
denominada Forger fazendo alusão à modalidade de prática de crimes
(Falsificador em inglês).