Halloween 2018
Halloween-2018 eleva a
franquia em qualidade.
Em 1978 John Carpenter nos
presenteia com um novo tipo de filme de terror, batizado de `slasher´, onde
temos assassinos psicopatas que matam aleatoriamente. Normalmente são feitos
com baixo orçamento e que seguem 3 regras básicas neste gênero: 1-ele nunca
corre atrás das vítimas, normalmente persegue elas caminhando (ele tem certeza
que vai alcança-las em algum momento); 2-estão sempre munidos de uma arma:
faca, bastão, luvas com garras, ou apenas utilizam suas mãos, pois são providos
de uma força sobre-humana; 3-sempre esses assassinos nunca morrem, independente
do que se faça: são metralhados, decapitados, esquartejados, queimados...mas
sempre voltam á vida em um outro filme...para alegria dos fãs.
No primeiro filme HALLOWEEN
de 1978, o sucesso foi estrondoso. Teve um orçamento de apenas US$ 325,000 e
obteve um faturamento monstruoso de US$ 70 milhões! Estava dada inicio a uma
das franquias mais populares e rentáveis do cinema. Foram feitos mais 10
filmes, num total de 11, incluindo 2 remakes que recontavam a história do
assassino psicopata Michael Myers. Mas afinal, quem é esse personagem? Michael
Myers é um psicopata que vive em uma instituição há 15 anos, desde quando matou
sua própria irmã, na noite de Halloween em 1963 na pequena cidade de Haddonfield,
Illinois. Porém, ele consegue fugir de seu cativeiro e retorna à sua cidade
natal para continuar seus crimes na localidade que, aterrorizada, ainda se
lembra dele. Ele comete 3 assassinatos e ao tentar matar a quarta vítima, a
babá Laurie Strude (Jamie Lee Curtis) esta consegue se salvar e Michael é
alvejado por tiros disparados pelo Dr. Sam Loomis (Donald Pleasence) derrubando
ele do primeiro andar de uma casa. Porém, o corpo de Michael desaparece.
Passado mais de 40 anos do
primeiro filme, temos uma continuação direta dele, com antigos personagens que
retornam nesta trama macabra e cheia de suspense, onde narra que uma equipe de
documentários britânica viaja aos Estados Unidos para visitar Michael Myers
(James Jude Courtney/Nick Castle) na prisão, para uma retrospectiva sobre a
noite de terror, mas seu projeto entra em caos e se torna mais interessante
quando Michael escapa da custódia, recupera sua antiga máscara e busca vingança
contra Laurie Strode (Jamie Lee Curtis), naturalmente fazendo outras vítimas em
seu caminho. Nas décadas seguintes da trágica noite de Halloween que mudaram
para sempre a vida da ex-babá, Laurie se armou e preparou para o inevitável
retorno de Michael, para o detrimento de sua família, incluindo sua filha Karen
(Judy Greer) e a neta Allyson (Andi Matichak).´
Nesta sequência direta dos
personagens, vale salientar que foram respeitados as histórias dos 2 primeiros
filmes, onde no segundo de 1981 nós ficamos sabendo que Michael é irmão de
Laurie e que ele está preso no sanatório. Destacamos esta questão em respeito
aos fatos traçados nesta nova produção, a qual acompanhou a evolução destes
personagens ao longo destes últimos 40 e poucos anos. E manter uma narrativa
coerente num vácuo de tanto tempo, não é tão fácil como se parece.
Aqui, a Direção fica a cargo
de David Gordon Green, que não traz em seu currículo grandes filmes em
destaque. Ele também assina o roteiro ao lado de Jeff Fradley e Danny
McBride, já John Carpenter ficou encarregado da trilha sonora, produtor
executivo e consultor criativo para o filme. Com esse conjunto de feras, somos
brindados com uma das sequências mais bem produzidas do cinema. Apesar de tanto
tempo ter passado da história atual para sua continuação neste filme, mesmo
quem não acompanhou as produções anteriores não ficará perdido diante da
narrativa, pois o roteiro vai aos poucos preenchendo as lacunas aparentemente
deixadas intencionalmente abertas.
Um elogio à parte para as
interpretações de Jamie Lee Curtis e e Judy Greer, Jamie como Laurie Struder
mãe de Karen Struder, vivida pela Judy. A química entre as duas está perfeita.
Os conflitos que separam mãe e filha, os traumas de uma, influenciando a outra,
num misto de loucura e obsessão por parte de Laurie, hoje reclusa numa
fortaleza em que transformou a sua casa, na ânsia de esperar o retorno de
Michael para o ajuste de contas final. Toda a fragilidade da personagem
mostrada no filme de 1978, é substituída por uma mulher madura, forte, bem
preparada para enfrentar o retorno do psicopata. Ao longo da história e de
maneira sem muito alerde, somos apresentados ao relacionamento destas duas
personagens, cada uma com suas camadas sendo expostas na medida certa. Parabéns
para as duas atrizes pelo trabalho fantástico apresentado.
A fotografia do filme,
apesar do ambiente ser quase que na sua maioria ter sido a noite, foi um
trabalho perfeito, pois mesmo nas cenas mais escuras, era possível sentir a
presença do perigo e ver todo o terror de seu ataque. Falando em ataque, neste
filme, sem sombra de dúvida, o Michael Myers aproveita cada esquina, cada casa,
para cometer suas atrocidades, numa sede insana de matar. O sangue jorra
literalmente na tela. Porém ressalto não ser uma exposição gratuita, afinal,
estamos falando de uma mente doentia e perversa, satisfazendo-se naquilo que
sabe fazer de melhor: matar.
Halloween – 2018 foi sem
dúvida, uma grata surpresa, onde podemos perceber o quanto a franquia ainda tem
muito o que contar, para nossa alegria. Essa ideia de continuidade após 40
anos, foi um acerto em cheio ao transportar mais uma vez, um embate de
proporções psicóticas e assustadoras. Lógico e evidente, muitas janelas
ficaram abertas nos dando a certeza de mais filmes desta franquia. Uma coisa é
certa: muita coisa ainda pode acontecer nesta franquia, tem muita coisa para
ser explorada. O legado de Laurie Struder, pode estar apenas começando. É
aguardar com bastante ansiedade pra conferir na próxima sequência e que ela
seja bem mais assustadora e sanguinária.
PROGRAMA CLUBE DO FILME
Neste sábado, 13h, na Rádio Cultura
do Nordeste, tem o seu programa de cinema CLUBE DO FILME, comandado por Edson
Santos e Mary Queiroz.
No quadro GRANDES DIRETORES, vamos dar continuidade ao bate papo e falar mais uma vez sobre o MESTRE DO SUSPENSE: ALFRED HITCHCOCK. Nos estúdios da Cultura, teremos a presença de Felipe Queiroz e Paula Lucatelli.
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