ROBIN HOOD - A ORIGEM
Robin Hood sem dúvida é uma
das histórias mais contadas mundialmente, e por mais jovem que alguém seja, já
deve ter ouvido falar do ladrão que roubava dos ricos para dar aos pobres. No
cinema, já teve muitas adaptações que retratou seus feitos e sua coragem com
bastante criatividade, e fazendo jus a importância deste herói, tivemos grandes
atores como Kevin Costner e Russell Crowe interpretando o personagem de
Robin Hood, mas em 2018, origem da famosa lenda tem a frente o diretor
Otto Bathurst que tenta dar uma modernizada na obra para que Robin Hood (Taron
Egerton) possa mais uma vez brilhar e encantar seus fãs.
No filme, Robin Hood vive
tranquilamente com sua amada Marian (Eve Hewson) na sua mansão, depois é
convocado para dar sua contribuição nas Cruzadas. L á enfrenta algumas
situações que causam perdas e conflitos, fazendo com que ele retorne pra sua
casa, mas ao chegar, surpreende-se ao encontrar a Floresta Sherwood infestada
de criminosos. Incomodado com a nova realidade, não deixará que as coisas
permaneçam desse jeito e contará com a ajuda de John (Jamie Foxx) para
trazer justiça à cidade.
Escrito por Ben Chandler e
David James Kelly , o roteiro reconta a origem de Robin Hood, desta vez de
forma preguiçosa e clichê, desenvolvida sem muita inspiração ao que
parece, devido a introdução de um triangulo amoroso totalmente
descartável na trama. A justificativa para tal fato, é pior ainda, pois eles
acharam que para dar um sentido mais dramático ao personagem de Robin Hood, ele
precisava passar por isso. Certamente que aos olhos do espectador, ele não
necessitava lutar pelo amor de Marian e se precisasse, isso não seria a
principal motivação para o transformar no Príncipe dos Ladrões, como o
roteiro faz questão de mostrar, porém na falta de um contexto mais apropriado,
vai este mesmo e é a partir daí que ele aceita o treinamento e ajuda de John
(Jamie Foxx) para se tornar um exímio arqueiro e desenvolver todas as
habilidades que um bom ladrão deve ter.
O filme tem algumas cenas
interessantes, sobretudo nas dos roubos e luta contra o poder da riqueza e da
religião. Nestes momentos, o ator Taron Egerton, faz com que seu personagem
Robin Hood, ganhe uma personalidade bem definida, nos permitindo perceber que
ele realmente se tornou alguém com objetivos maiores, entre eles, o de servir
de inspiração para aquela gente encontrar forças e lutar por seus direitos e
sua dignidade. Já a personagem da Marian é pouco desenvolvida e suas
qualidades não são exploradas a fundo. Talvez mais aventuras e perigos
entre ela e o Robin Hood, estivesse ajudado na sua desenvoltura. A atuação de
Jamie Foxx, ficou bem forçada devido a grande utilização de frases de efeitos
em seus diálogos, principalmente quando está atuando com Ben Mendelsohn, ator
que interpretou o personagem do famoso xerife de Notlingham, vilão com um plano
articulado e funcionando até então. Aqui Jamie Dornan interpreta o personagem
do líder sindical e também interesse amoroso de Marian, mas também deixa a
desejar, já que suas interações soam artificiais nos mais diversos momentos que
aparece na tela.
Robin Hood – A Origem
tem seus problemas, alguns no figurino que não faz jus as vestes do século XII,
e muitos nas sequências de ação, principalmente durante as lutas. Há momentos
que eles abusam na velocidade, outros com câmera lenta e nos que seriam
atrativos de ver, eles cortaram, tornando os confrontos confusos e
desinteressantes. Outra coisa que incomoda são as piadas introduzidas, elas
literalmente não funcionam, porque os diálogos não se sustentam nem mesmo com
as tentativas de humor. A sensação que fica ao final, é de insatisfação
pois muito se falou deste filme, que viria com um estilo mais realista sobre a
origem do herói e que nos traria uma jornada absolutamente interessante, porém
somos jogados diante de uma trama completamente comum e sem muito a
acrescentar, só mostrando da forma mais pobre possível a honra e o propósito do
herói que é sempre fazer justiça.
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