Sobrenatural: A Última Chave
Em 2018 o quarto filme da saga e de uma franquia consolidada, prometia
nos envolver em um ambiente tenso e cheio de mistérios, principalmente porque o
foco seria nas marcas e traumas da mais importante personagem Elise (Lin
Shaye). A proposta começa envolvente, mostrando a infância da
protagonista e como ela adquiriu o dom mediúnico. Quando ela é chamada para
resolver o caso de uma assombração no Novo México, localizada justamente na
casa em que ela passou a infância, passa a recordar que foi ali naquele
ambiente, lugar próximo à sala de execução de uma prisão que sofria
violência pelo pai por ele não acreditar no seu dom. Daí começa os
conflitos bobos, tipo enfrento meus medos ou continuo fugindo. Decide não ir e
logo depois resolve atender o chamado do novo dono da casa que um dia foi seu
lar. Diz que precisa enfrentar seus traumas sozinha e que não permite que seus
assistentes Tucker e Specs, dupla formada por Angus Sampson (Fargo) e por Leigh
Whannell vá com ela, mas eles simplesmente dizem que vão e ela aceita numa boa
a presença deles naquela viagem para ajudar o proprietário da casa. Diante destes
fatos, acredito que houve falta de boas ideias, a narrativa se torna altamente
superficial e com atuação automática Elise passa a não convencer, fazendo com
que a proposta do filme se torne totalmente desinteressante.
Ao chegar na casa que passou sua infância, o foco do filme é direcionado
para outros personagens, deixando de focar na Elise e segue-se uma sequencia de
cenas que se resume simplesmente para a introdução de humor sem graça
totalmente descartável entre seus assistentes e outras pessoas. Enquanto
Elise continua na busca por aqueles fantasmas e monstros que a perseguia,
passamos a perceber que as aparições são pouco convincentes e pouco exploradas.
Em todo momento da história, somos levados a crer na existência de um demônio
das chaves, o qual aparentemente teria a capacidade de aprisionar as almas dos
mortos, bem como tirar sua capacidade de fala. Com tudo, o que se segue na
tela, são diversas cenas que não fazem sentido com o real objetivo do suposto
demônio e para nossa maior decepção, algumas supostas explicações do passado de
Elise são mostradas de forma absurda, faltando o tom de veracidade no que
vemos. Sem dúvida alguma, o roteiro pouco profundo e direção ineficiente
deixaram a trama vazia ao se utilizar de soluções forçadas para fabricar
um terror que não assusta.
Sobrenatural: A Última chave deixou de ser um mergulho no terror para se
tornar um horror de filme.