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sábado, 4 de setembro de 2021

COLUNA CLUBE DO FILME COM MARY QUEIROZ

 


Homem-Aranha: No Aranhaverso

 


Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Animação em 2019, foi dirigido por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman,  é a melhor apresentação do herói, onde  tem Miles Morales  como centro de sua história. O jovem, ao ser picado por uma aranha radioativa da Alchemax e ganhar os mesmos poderes que do Aranha original, daí ele começa a esbarrar com outras versões do herói de diferentes dimensões e juntos precisam enfrentar uma ameaça que pode destruir toda a realidade.  Como dá para perceber, a trama é cheia de aventura, acompanhada com aquela gostosa pitada de drama, já conhecida e apreciada pelos fãs do Homem-Aranha. A Sony conseguiu alcançar o sucesso já esperado e a  fama desta produção se dá graças a capacidade de se criar algo a partir das situações inusitadas vividas pelo herói, mostradas em outros filmes que foram lançados ao longo das décadas e mais ainda porque não  exige que o espectador precise ter conhecimento das HQs para acompanhar o desenrolar dos fatos.

Homem-Aranha: No Aranhaverso é, na verdade, sobre universos paralelos que colidiram por causa de um acidente com um acelerador de partículas em Nova York. Por causa disso, vários Aranhas aparecem no universo de Miles, como um Peter Parker mais velho (Jake Johnson), Aranha-Gwen (Hailee Steinfeld), Homem-Aranha Noir (Nicolas Cage), Porco-Aranha (John Mulaney) e Peni Parker (Kimiko Glenn).

O que mais impressiona é o brilhantismo do roteiro, onde Phil Lord foi capaz de desenvolver várias subtramas, devido  a inclusão destes aranhas vindo de outras dimensões que incluem uma linha do tempo em que todos possui os poderes aracnídeos. Sem dúvida, personagens que têm diversas camadas a serem exploradas ao longo da narrativa. O simples fato de criar camadas diferentes para personagens ao mesmo tempo tão parecidos, mas que cada um tem sua singularidade e seu mundo já chama atenção, pois mostra a preocupação em exibir algo novo na tela e o desenvolvimento de tudo isso é muito divertido. As piadas aparecem de todas as formas. Algumas são visuais, outras em texto ou ainda como referências. A profundidade como isso foi nos apresentado foi sensacional porque aqui eles vão compartilhar as mesmas perdas, os mesmos poderes e os mesmos desafios e mais ainda, estes  heróis  precisam se unir para conter os planos que o Rei do Crime, um vilão super ameaçador. A trama  se completa quando abre espaço para que as discussões sobre inclusão e representatividade sejam abordadas, demonstrando que qualquer um pode ser um herói, independente da sua cor, do seu gênero ou de onde for.

Visualmente a produção é uma das mais especiais pois consegue equilibrar diversos estilos diferentes e que nunca assisti em outros filmes. É sem dúvida um mundo animado que  conta com diversas referências aos quadrinhos com direito a quadros de pensamentos, introduzidos com uma simplicidade extraordinária, levando o espectador se imaginar dentro das páginas das HQs. O interessante é que Miles, Peter Parker e Gwen Stacy, contam com um estilo mais parecido com esse mundo, mas os outros Aranhas são referências diretas a outros estilos de animação. O Porco-Aranha é praticamente um desenho dos Looney Tunes e  Peni Parker, a versão japonesa do herói, é uma homenagem constante aos animes, já o Homem-Aranha Noir, além de ser preto e branco, tira onda com todos os clichês do gênero, prendendo de vez a atenção do público.

No mais, Homem-Aranha: No Aranhaverso, é uma das poucas animações que consegue durante todo o tempo apresentar o equilíbrio perfeito entre as cenas de  ação, o humor descontraído e os dramas apresentados numa sintonia fora do comum. É um filme super profundo, movido pelo ritmo certo e com a mais gostosa versão da trajetória do Homem-Aranha.

E como sabemos, Homem-Aranha no Aranhaverso se destacou em seu primeiro final de semana de exibição no Brasil. O filme  conseguiu arrecadação de R$ 10,3 milhões, tendo 599 mil espectadores. São filmes assim que continuam sendo produzidos e enquanto estiver fazendo dinheiro, ficamos  alíviados por ver que uma animação que se conhece bem o suficiente e entende o que é legal ser exibido. Energizante, hipnotizador e arrebatador do começo ao fim.