A SEREIA: LAGOS DOS MORTOS
Basicamente
o filme parte de uma ideia interessante, quando os primeiros minutos já
promete entregar algo novo e sofisticado ao utilizar o elemento água para
demonstrar perigo, porém, no seu contexto geral não cumpre o prometido, embora
tenha conseguido criar um ambiente promissor para desenvolver cenas
aterrorizantes e recheadas de suspense psicológico. O terror de Svyatoslav
Podgaevskiy, mesmo diretor de a Noiva, oferece somente um apanhado de
sequências mal filmadas sem nenhum aspecto sinistro, e nada no seu conjunto
conseguiu transmitir tensão ou qualquer outro sentimento que não fosse tédio.
Inspirando na lenda de
Rusalka, uma criatura da água, descrita por russos como uma seria que sai do
fundo de um lago para seduzir homens que passam pelas margens do lago. Se
rejeitada, ela passa a atormentar e matar as famílias deles. Na trama temos a
jovem Marina (Viktoriya Agalakova) e Roman (Efim Petrunin), prestes a se casar.
Logo, Roman ganha uma casa de seu pai perto do lago e vai lá com seus amigos,
porém lá ele tem o primeiro contato com a sereia que também quer o amor dele e
daí ela começa a persegui-lo e atormentar sua mente, prejudicando assim sua
saúde física e mental. Na medida que Marina o ver piorar, busca ajuda com sua
cunhada (Sesil Plezhe) para tentar solucionar o caso.
Partindo desta premissa, era
esperado o desenvolvimento de um grande terror e que ao menos parte da formação
do roteiro reservasse um espaço para explicar de maneira envolvente a origem da
tão divulgada sereia, mas ao contrário do esperado, nos foi entregue um ser que
parecia mais um fantasma atormentado. Neste quesito de caracterização, a sereia
não convence, somado a isto ainda temos suas motivações que também não são
compreendidas e muito menos exploradas. Outro ponto negativo é a construção
dos outros personagens, todos mal trabalhados, sem aprofundamento
necessário para causar empatia com o espectador. Todos são apresentados de
forma preguiçosa e clichê, sem falar nos diálogos forçados, que em nenhum
momento consegue conduzir o público a sentir qualquer emoção.
Embora alguns ambientes
sejam super sombrios, as atuações neles não funcionam, pois os
toques emocionais demonstrados pelos personagens se perdem , devido a
quantidade de cortes nas cenas, principalmente quando nelas estão contida toda
apreensão que desejamos sentir.
No fim, a
montagem, falta de motivação e os furos no roteiro são o bastante para
afundar de vez a sereia no lago dos mortos, sem precisar esperar a
chegada de um final que não apenas decepcionou, mas também destruiu toda a boa
premissa que havia sido construída no primeiro ato.
A Sereia: Lago dos Mortos é
aquele filme que dificilmente vai agradar o fá do cinema de terror, pois nele
nem os jumps scares e os efeitos especiais funcionam. É apenas um breve
mergulho numa trama baseada em sustos previsíveis, dentro uma história
nada inspiradora e personagens esquecíveis.
PROGRAMA CLUBE DO FILME
No programa CLUBE DO FILME,
deste sábado, pela Rádio Caruaru FM, apresentado pelos radialistas Edson Santos
e Mary Queiroz, vai debater o tema: "AINDA RESTA ESPERANÇA”, com os
filmes: “SOMOS TODOS IGUAIS” e “FERIDA”. Nos Estúdios da Caruaru FM, presença
dos Integrantes do Ponto & Vírgula, Betto Moura, Maria Eduarda e Iara
Teonilia. O bate-papo começa às 16h.
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