O Sindicato dos Policiais
Civis de Pernambuco denuncia a defasagem do valor do PJES (Programa de Jornada
Extra de Segurança) e os constantes atrasos do Governo do Estado no seu
pagamento. De acordo com a entidade, o último reajuste ocorreu há 8 anos e os
atrasos constantes no pagamento do PJES tem gerado descontentamento da
categoria e pode comprometer o funcionamento dos plantões policiais, das
delegacias da mulher e investigações em andamento.
O Programa de Jornada Extra de
Segurança é um mecanismo do Governo do Estado para que Policiais trabalharem
em plantões extras nos seus dias de folga para cobrir o déficit de efetivo
policial.
Segundo o presidente do
sindicato, Áureo Cisneiros, os policiais civis têm cumprido jornadas
exaustivas para suprir a falta de efetivo e desvalorização salarial. "
Os Policiais Civis estão adoecendo por causa da escravidão do PJES. É
vergonhoso um governo pagar R$ 15,00 por hora trabalhada a um Policial Civil.
Há um ano o governo prometeu reajustar, Mas até agora nada!”, lamenta
Cisneiros. .
A denúncia ocorre na véspera
do Carnaval, momento que é necessário maior número de policiais civis. O
sindicato alerta que a situação pode levar a uma crise de desmotivação
entre os policiais, impactando diretamente no sistema de segurança pública. “
Temos o exemplo da exploração do governo no carnaval: Um Policial ganharia
dez vezes mais em uma hora vendendo cerveja no isopor do que os R$ 15,00 pago pela hora-extra do governo Raquel para
fazer a segurança do Carnaval", afirma o presidente do SINPOL.
A categoria já discute a
possibilidade de medidas mais contundentes caso o reajuste prometido não ocorra. Entre as opções estão a
entrega das cotas do PJES em junho.
O SINPOL está realizando uma
série de assembleias descentralizadas em todas as regiões do estado para
discutir o aumento do valor do PJES. As reuniões ocorrerão até abril e tem
como objetivo debater medidas coletivas para pressionar o governo a reajustar o
valor do PJES ou instituir as horas extras e adicional noturno.
Os valores pagos no PJES têm
sido um ponto de tensão entre a categoria e o governo do estado. Segundo o
sindicato, muitos policiais civis têm trabalhado além da jornada regular para
suprir os baixos salários, mas não estão recebendo a remuneração devida.
"Essa situação é inadmissível. Além de desrespeitar os direitos dos
policiais civis, coloca em risco a eficiência da segurança pública. Se os
policiais civis não se sacrificarem, como ficam os plantões extras, o
transporte de presos, o funcionamento das delegacias das mulheres, as
investigações? O sistema de segurança pública não pode funcionar tendo
como base a exploração dos policiais”,
afirmou o presidente .
A realização das assembleias descentralizadas tem mobilizado a categoria, que se mostra
insatisfeita com a situação atual. "Estamos trabalhando cada vez mais,
mas não estamos sendo valorizados. Precisamos nos unir para garantir nossos
direitos", afirmou João, Policial Civil, que atua há 17 anos na
profissão.