A Polícia Federal em Ribeirão Preto/SP deflagrou no dia 04/08, a
operação DÓLOS, nas cidades de Rifaina-SP e Franca-SP, para combater crimes de
abuso sexual infantil. O investigado foi preso e atuava por meio das
modalidades conhecidas como “grooming” (o aliciamento de menores através da
internet, com a finalidade de se buscar benefícios sexuais) e “sextortion”
(extorsão sexual decorrente da posse dos materiais de abuso sexual).
O investigado abordava suas vítimas, todas menores e com idade de 08 a 16 anos, através perfis falsos de aplicativos de conversas de redes sociais se passando por agente de modelos e, no decorrer da conversa, o investigado adentrava no universo imaginário infanto-juvenil com falsas promessas de futuros trabalhos com seus ídolos e solicitava fotos das crianças nuas e em cenas de sexo. No total foram identificados 11 perfis falsos e 24 vítimas.
Nesse contexto, quando a criança começava a resistir e se negava a enviar mais material de natureza sexual, o investigado, já de posse de arquivos de imagens e vídeos enviados pelas crianças em situações de natureza sexual coagia e forçava as crianças a continuarem a fornecer imagens sexuais, sob ameaças de divulgar na internet ou enviar aos seus pais.
O investigado responderá pelos crimes de estupro virtual de vulnerável em 17 ocasiões, divulgação de cena de estupro de vulnerável e produzir, dirigir cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. As penas totais dos crimes variam de 187 a 302 anos de prisão. O nome da operação, DÓLOS, tem significado na mitologia grega Dolo ou Dólos, que personificava o ardil, a fraude, o engano, a astúcia, as malícias, as artimanhas e as más ações
CARACTERÍSTICAS E COMO AGEM OS PEDÓFILOS
1. Não existe um perfil
definido; um pedófilo pode ser qualquer pessoa;
2. Procuram crianças com
pouca ou nenhuma supervisão dos pais e que passam a maior parte do tempo
trabalhando fora e que não tem tempo para lhes dar atenção;
3. Procuram crianças que
tem fácil acesso à internet e telefones sem fiscalização dos pais;
4. Usam perfis falsos:
negam a idade, nome, endereço e se fazem passar por crianças e adolescente;
5. Perguntam onde fica o
computador que a criança está usando para saber se é um lugar onde circula
muitos adultos e perguntam se existe algum adulto vendo a conversa dos dois.
6. Convencem a criança a
ligar sua webcam para fotografá-la e filmá-la;
7. Abordam temas sexuais
com uma linguagem de forma bem sutil e delicada, como fábulas, contos,
histórias para reduzir a sua inibição e cativá-la;
8. Dizem que podem matar os
pais e ameaçam contar os segredos e divulgar as imagens e fotos que conseguiram
forçando a criança a se calar e não contar nada para ninguém.
TRÊS PONTOS FUNDAMENTAIS: COMUNICAÇÃO – INFORMAÇÃO – OBSERVAÇÃO
1. COMUNICAÇÃO - MANTENHA
SEMPRE UM DIÁLOGO ABERTO DIARIAMENTE COM SEU FILHO. Gaste um tempo diário para
conversar e se comunicar com a criança sobre como foi o dia dela com perguntas
tais como: O que ele fez, com quem conversou, para onde foi, se conheceu algum
amigo novo, se aconteceu alguma coisa ou algum amigo ou adulto lhe ameaçou,
espancou, disse algo que não gostou ou achou estranho; Criando este hábito
saudável quando a criança notar o primeiro sinal de perigo ela procurará ajuda
em seus familiares e não terá medo ou receio de contar tudo que está
acontecendo porque saberá que terá ajuda, proteção e apoio.
3. OBSERVAÇÃO - PRESTE ATENÇÃO NA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DA CRIANÇA. Os pais precisam ficar atentos em alguns sinais que a criança naturalmente desenvolve quando está sendo vítima de abuso sexual. A mudança de comportamento é um dos principais fatores que denotam que alguma coisa não está bem na vida da criança. Dentre as várias alterações de condutas e atitudes estão o desenvolvimento de traumas, medo excessivo, dificuldade para dormir, depressão, aumento ou diminuição do apetite, extrema vergonha e bloqueio cognitivos para contar o que aconteceu. Ficam retraídas, isoladas, arredias; Tem queda no rendimento escolar e dificuldade na aprendizagem; Não quer mais frequentar as aulas quando o agressor é da escola; Quando o abuso é dentro de casa, a criança não quer ficar perto do pai ou do parente; Apresentam sexualidade e conversas sobre temas sexuais não correspondente a sua idade; Poderão apresentar corrimento e hemorragia vaginal e ardor ao urinar; Desenvolve uma perda da autoestima com a sensação de não ter nenhum valor e se automutilam;
4. A Idade para se fazer um perfil no WhatsApp é 16 anos e no Facebook é de 13 anos que segue uma lei federal dos EUA criada em 1998;
5. Os pais devem ter um
conhecimento básico de internet e computação – Não precisam ser usuários
assíduos das redes sociais, nem experts, mas tem a obrigação de conhecê-las,
para entender em que consiste seu funcionamento e avaliar os perigos dessas
ferramentas e explicar para seus filhos.
6. Entre regularmente no
perfil do seu filho para ver o que ele tem postado e com quem tem iniciado
amizades;
7. Não permita altas horas
de exposição na internet – os jovens pertencem a uma geração que se comunicam
por meio da internet, eles tendem a passar muito tempo conectados – cabe aos
pais impor regras e limitar o tempo. Alguns adolescentes ultrapassam a linha da
normalidade rumo a compulsão e ao vício. Nesse caso, os pais devem procurar um
psicólogo para avaliar se uma consulta e terapia é necessária.
8. Se seu filho fica muito
tempo no computador ofereça alternativas para fazer outra coisa tais como
atividades físicas, cinemas, teatro, esportes.
9. Crianças não podem ter
conteúdos privados que seus pais não possam acessar. Uma criança sozinha no
meio da rua de madrugada é vulnerável e está sujeita a todo e qualquer risco.
Na internet é a mesma situação.