PRA QUE LICITAÇÃO? VIVA
O CARNAVAL!
Nesse mês de Fevereiro, ocorreu na cidade de Caruaru o Baile Municipal.
A festa teve um intuito de resgatar a tradição dos antigos bailes carnavalescos
que ocorriam há anos atrás e foram sendo desfeitos ao longo o tempo. Os
caruaruenses passaram a migrar para o litoral e algumas cidades em que o
carnaval se tornou forte, a exemplos de Olinda e Salvador.
Diante disso, a gestão municipal anunciou que faria o resgate da
festividade e que o Baile passaria a integrar a agenda de eventos da cidade
como uma atividade promovida pelo poder público. E de fato, a festa foi um
sucesso! A casa de shows esteve lotada, as pessoas extremamente animadas e as
atrações agradaram o público em geral. Os valores para participar não foram os
mais baratos, as mesas custaram R$ 500,00 e os camarotes apenas R$ 5.000,00. Na
verdade, o baile atendeu bem ao público com um poder aquisitivo digamos que,
mais bem favorecido. Porém, o objetivo inicial da arrecadação seria para doar
às instituições sem fins lucrativos da idade, o que seria uma excelente
iniciativa, mas não foi o que ocorreu.
Foi recentemente anunciado que a verba obtida irá para o Fundo Municipal de Cultura, onde irá beneficiar as
entidades que atendem jovens em situação de risco. Ou seja... ficou tudo em
casa mesmo!
Mas, o que foi alvo de muita discussão esses dias
refere-se ao valor do aluguel pago a casa de eventos. Foram R$ 120.000,00 pagos
a Arena Caruaru, sem ter passado por nenhuma licitação. Como o município
decretou estado de emergência recentemente, isso o livra de ter que passar por
processos licitatórios, possibilitando a realização de contratos independentes.
O Ministério Público recomendou que a prefeitura abrisse licitação, o que não
ocorreu. A população aguarda a prestação de contas do evento, lembrando que
este foi promovido pelo poder público e é no mínimo ético e moral esse
esclarecimento. Até porque, existem áreas prioritárias que estão passando por
um processo de escassez e defasagem. É de extrema importância a movimentação do
turismo local e investimentos em lazer para gerar renda a localidade, mas não
podemos aceitar que quase R$ 400.000,00 sejam gastos em cachês (fora o aluguel
exorbitante) enquanto nosso povo sofre com a falta de saneamento básico por
exemplo. Prioridades, prioridades!
Essa foi minha
opinião de mulher de hoje. Participe conosco enviando suas dúvidas,
questionamentos e sugestões para dra.nayarasousa@hotmail.com.