A VOZ DA MULHER PRECISA SER
OUVIDA
Cada vez mais, as mulheres
vítimas de violência estão buscando proteção por meio das instituições
competentes. Na última sexta-feira, dia 14, a Secretaria de Defesa Social de
Pernambuco (SDS-PE) divulgou que o estado registrou um aumento no número de mulheres
que procuraram a delegacia para prestar queixas sobre violência doméstica e
familiar.
Segundo o levantamento, em
novembro deste ano, foram registrados 3.192 boletins de ocorrência deste tipo,
enquanto no mesmo período do ano passado foram contabilizados 3.001. Esses
números indicam um fortalecimento da voz feminina, que está procurando sair do
ciclo de violência, mas também mostram que os casos de agressões permanecem.
Na mesma data que esses
dados foram divulgados, a Polícia Civil de Paulista, na Grande Recife,
encontrou os restos mortais de uma adolescente de 17 anos que estava
desaparecida. Ela havia denunciado o ex-marido de abuso sexual do filho dela,
uma criança de apenas 2 anos de idade. Suspeito de envolvimento no crime, o
ex-marido foi autuado em flagrante por feminicídio e ocultação de cadáver.
Ao mesmo tempo, o Brasil
assiste ao desenrolar do caso do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus.
Ele é denunciado por abuso sexual de mais de 300 mulheres (incluindo jovens e
crianças). Algumas dessas acusações são de casos ocorridos há mais de 30 anos,
que só agora as vítimas se sentiram seguras para denunciar. O médium nega as
denúncias, mas se entregou por volta das 16h do domingo (16), na zona rural de
Abadiânia, em Goiás, depois de uma longa negociação.
É preciso que o Estado
invista fortemente na defesa e na proteção das mulheres. A ampliação de
delegacias especializadas e de novos mecanismos de denúncia – que garantam a
segurança das vítimas – são algumas das medidas que podem ser implementadas. A
voz da mulher precisa ser ouvida. Esse ciclo de violência não pode continuar.
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