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"Nossas
vidas começam a perder o sentido, no dia em que ficarmos calados diante de
coisas que importam." - Martin Luther King.
Na semana
em que o SINPOL colocou cruzes na orla de Boa Viagem, denunciando à sociedade o
número de vítimas de assassinato no Estado, representantes anônimos do governo
foram à imprensa afirmar que a Polícia Civil faz greve branca, numa tentativa
clara de negar a verdade e colocar a população contra os policiais, como se
fosse nossa a culpa pela má gestão da segurança pública.
Com a
notícia da chegada da Presidente Dilma ao Estado, inicialmente visitando o
município de Cabrobó, onde a Delegacia Seccional corre sério risco de despejo,
haja vista o proprietário do imóvel já ter acionado a justiça pedindo a
devolução do prédio, o SINPOL mais uma vez mobilizou a base para realizar um
protesto, quando de sua passagem pela capital, na última sexta-feira (21), quando
esteve acompanhada do Governador Paulo Câmara.
Com os
cortes dos investimentos federais e estaduais nas áreas de saúde, segurança e
educação os pernambucanos sentiram de imediato as conseqüências O objetivo é aumentar o superávit primário, o
que nada mais é que a tentativa de se conter o crescimento da dívida pública
pagando os seus juros aos grandes credores. Este é o motivo pelo qual 43% do
PIB brasileiro é destinado ao pagamentos de títulos da dívida.
Como
sindicato de trabalhadores, não poderíamos deixar de protestar contra este
arrocho fiscal, que atinge diretamente as contas de Pernambuco e contribui para
que estejamos dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por este
motivo fomos para a frente da Federação das Indústrias de Pernambuco - FIEPE,
onde a Presidente e o Governador se reuniram com Ministros, Deputados e
empresários. O protesto contra o sucateamento da Polícia Civil e pela
valorização de seus profissionais era o tema e ocorria sem qualquer transtornos
à população até que oficiais do 16* Batalhão da Polícia Militar, sob ordens da
equipe de segurança da Presidente, tentaram desligar o som que o sindicato
utilizava, alegando que estava atrapalhando o encontro.
Não houve
qualquer confronto, nem xingamentos de quaisquer das partes. Contudo, o SINPOL
manteve a postura firme de não aceitar que um direito constitucional lhe fosse
negado, inclusive à população que estava presente, acompanhava e aprovava nosso
ato.
A própria
equipe de segurança da presidente chegou a afirmar que não importava que
parássemos o trânsito, desde que fizemos nosso protesto em
"silêncio", o que evidenciou que a preocupação era não incomodar os
participantes do encontro, mesmo que para isso todo o trânsito fosse parado.
A
democracia, a qual ainda estamos aprendendo a exercitar, garante-nos o direito
de reivindicarmos e nos fazermos ser ouvidos pelos nossos
"representantes", até porque, como servidores do povo, precisam
governar para ele e sob às regras e diretrizes que ele lhes der, sendo obrigados
a nos ouvir, ainda mais com tantos desmandos e descaso para com a população nos
últimos tempos, em todas as esferas do poder. Será que devemos nos calar?
O Governo
Federal é co-responsável pela segurança, juntamente com o Governador, para quem
as críticas foram igualmente dirigidas. Não estávamos lá para defender
impeachment, tampouco para ofender quem quer que fosse, mas, para cobrarmos
investimentos na segurança pública e externarmos a situação degradante pela
qual passa a PCPE, o que contribui a alta criminalidade no estado.
Os
Policiais Militares foram mobilizados para o local e a absoluta maioria deles
compreendeu e aprovou o ato do SINPOL, afirmando que esta é uma luta de todos
nós, manifestando, inclusive, reservadamente, que gostariam de poder participar, o
que não podiam pelas limitações de sua instituição. Saíram de lá cumprimentados
e aplaudidos por nós.
Respeitamos
e sempre respeitaremos a instituição Polícia Militar, em especial os nobres
policiais que a compõe. Não buscamos nem queremos colocar as duas polícias em
confronto, até porque nossas causas em muito se assemelham. Somos forças
policiais que possuem atribuições distintas e bem definidas e que se
complementam, mas, não poderíamos aceitar e não aceitaremos, que pressões
possam calar a voz legítima e democrática da categoria policial civil, buscando
a melhora da segurança pública e chamando os responsáveis por ela para
cumprirem suas obrigações de gestores governamentais. Nossa luta é por mais
estrutura de trabalho, melhores salários e serviços públicos de qualidade para
o povo pernambucano.
Tramita na Assembléia Legislativa o projeto de Lei Ordinária N* 191/2015 de autoria do deputado Antônio Moraes, o qual estabelece que qualquer manifestação, ato público, protesto ou mobilização social deve ser comunicada com ao menos 72h de antecedência à SDS e a autoridade de trânsito do município, o que é uma clara afronta ao princípio democrático e constitucional de que é livre a manifestação popular pacífica e ordeira. Esta é uma demonstração governista de que os movimentos sociais, em especial as atuações do SINPOL, tem contrariado os interesses daqueles que gostariam de esconder a nossa triste realidade.
Tramita na Assembléia Legislativa o projeto de Lei Ordinária N* 191/2015 de autoria do deputado Antônio Moraes, o qual estabelece que qualquer manifestação, ato público, protesto ou mobilização social deve ser comunicada com ao menos 72h de antecedência à SDS e a autoridade de trânsito do município, o que é uma clara afronta ao princípio democrático e constitucional de que é livre a manifestação popular pacífica e ordeira. Esta é uma demonstração governista de que os movimentos sociais, em especial as atuações do SINPOL, tem contrariado os interesses daqueles que gostariam de esconder a nossa triste realidade.
Não podemos
deixar que tais ataques aos direitos sociais passem despercebidos, pois eles
nos atingem diretamente. Com a mesma coragem com que nos dispusemos a
participar da eleição sindical, recebendo a responsabilidade de representar a
todos os policiais civis e obtendo sua confiança, manteremos nossa postura
firme em defesa de nossos interesses, procurando dialogar com a sociedade, com
a imprensa, com os diversos órgãos da administração pública, em todas as
esferas, bem como com as demais entidades representativas de classes.
O SINPOL
tem empreendido esforços para, com apoio da população, despertar as autoridades
para o estado caótico em que se encontra nossa instituição, vilipendiada e o
desprestigiada, apesar de sua enorme relevância social. Por este motivo, temos
solidariamente apoiado a luta dos trabalhadores de todas as áreas que nos procuram,
como profissionais de referência que somos. Nenhuma entidade sindical que
compreenda sua missão e função social poderá jamais se isolar da sociedade.
O SINPOL
continua atento às pautas da categoria Polícia Civil e por ela tem trabalhado
dia e noite, num esforço enorme de dedicação e persistência, e por isso se
tornou referência em inteligência, organização e articulação.
No mundo
sindical e fora dele há os que nada querem fazer. Há os que tudo que fazem é
comentar do que é feito. Há os que só lançam suas frustrações em redes socais.
Há os que não se atém a realidade, por não se aprofundarem na reflexão das
coisas que realmente importam. Há os que pleiteiam bravamente atrás de paredes,
mas não têm a mesma disposição para irem ao fronte, expondo suas convicções e
suportando o contraditório. Há ainda os que podem resumir tudo a questões
partidárias, enxergando o mundo em dualidades intermináveis e vaidades
incontroláveis. E há aqueles que ao verem erguida, da justiça, a
clava forte, como filhos, não fogem à luta.