Do
FolhaPE
O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco
(Sinpol), definirá, nesta quinta-feira (26), se entram ou não em estado de
greve. A categoria realizará, às 19h, na sede do Sinpol, no bairro de Santo
Amaro, uma assembleia que também definirá, na ocasião, um calendário para os
atos públicos e as estratégias de manifestação que serão adotadas durante o
período de negociação.
Na manhã desta quarta-feira (25), membros do
sindicato realizaram uma panfletagem na avenida Agamenom Magalhães,
apresentando a motoristas e pedestres as principais dificuldades sofridas pelos
policiais civis em Pernambuco.
Os funcionários da Polícia Civil reivindicam
melhores condições de trabalho e destacam o plano de cargos e carreiras, que se
encontra congelado há dois anos, bem como o não-recebimento de horas-extras e
adicionais noturnos, carga horária excessiva e desgastante, péssima estrutura
das delegacias no Estado, metas inatingíveis estipuladas dentro do Programa
Pacto pela Vida, além de baixos salários.
O estado de greve, de acordo com o sindicato, mesmo
antes de ser votado, está praticamente definido, uma vez que a categoria mostra
um descontentamento geral com os pontos mencionados na pauta de reivindicações,
entregue desde 2012.
De acordo com o presidente do Sinpol, Cláudio Marinho
o efetivo é insuficiente. "A meta estipulada pelo governo do Estado é
desumana e desconsidera que nosso efetivo se encontra bastante defasado, mais
de 38% de todo o efetivo contratado desde o início da gestão de Eduardo Campos
já pediu exoneração por conta da pressão e das péssimas condições de trabalho.
Entregamos uma pauta de reivindicações desde 2012, mas nada foi feito, nem
mesmo a correção dessa distorção salarial. Nós somos diretamente responsáveis
pela realização de um dos principais programas do governo Estadual, o Pacto
Pela Vida, que é exibido como um grande sucesso do Governador, mas a
administração estadual não valoriza nossa categoria" declarou Marinho.
"Esperamos que sejamos ouvidos e tenhamos
nossos direitos atendidos, mas se tivermos de chegar a paralisar nossas
atividades, será por tempo indeterminado, só voltaremos após conseguirmos
nossos direitos legítimos atendidos”, finalizou o presidente. Estão convidados
pelo Sinpol a participar da assembleia todos peritos papiloscópicos e criminais,
escrivães, comissários e agentes de todo o Estado.
É válido ressaltar que o estado de greve é apenas o
primeiro passo para que haja uma paralisação. Em um segundo momento, caso seja
de vontade da categoria, ocorre uma nova assembleia para determinar se entram
em outro estágio, o indicativo de greve. Em um terceiro e último momento, mais
uma assembleia é realizada para definir, finalmente, se haverá uma paralisação
das atividades, que só pode ocorrer, de fato, 72 horas após a deliberação e a
comunicação oficial da decisão.
RESPOSTA
"A Secretaria de Administração enviou à
imprensa uma nota na qual rebate diversos pontos reclamados pelos policiais
civis:
A Secretaria de Administração informa que de 2007 até hoje, foram contratados 2.496 servidores da Polícia Civil. Só em 2013, foram 611 contratações. No início de 2011, por meio de um processo na Mesa Específica de Negociação, o Governo de Pernambuco implementou política salarial para a categoria referente ao quadriênio 2011-2014, resultando nos seguintes reajustes: reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) para todos cargos da Polícia Civil em 2011, reajustes lineares de 8,4%, 8,14% e 14, 55%, para os anos de 2012, 2013 e 2014, respectivamente.
No início do Governo Eduardo Campos a remuneração
média dos agentes e correlatos era de R$ 1.598,26. Atualmente, essa remuneração
média é de R$ 4.020,85. A pactuação trouxe recuperação salarial com ganho real
de 108% acima da inflação do período.
Pensando ainda na melhoria dos serviços, o atual governo,
com o intuito de profissionalizar o quadro, alterou o requisito de ingresso de
nível médio para nível superior."