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Os Policiais Civis de Pernambuco
realizaram nesta quinta-feira (2) uma grande passeata. Após um café da manhã,
um “enterro” simbólico do Pacto Pela Vida foi realizado ainda na concentração.
Neste importante dia para Polícia Civil, mostrando toda indignação pelo descaso
do Governo, uma nova paralisação de 24 horas vai acontecer na próxima
quarta-feira (8). A entrega do PJES, Programa de
Jornada Extra da Segurança, foi realizada pela categoria e também ficou
decidido que os peritos do
IML (Instituto de Medicina Legal) também vão aderir ao movimento. Esse foi o
meio encontrado para que o Estado procure analisar melhor a forma de negociação
com a categoria.
Cerca
de dois mil Policiais Civis, entre agentes, peritos, escrivães e delegados,
concentraram-se em frente à Seplag (Secretaria de Planejamento do Estado) para
juntos realizar a maior passeata já registrada pelo sindicato.
A forte chuva que insistiu em cair
durante toda manhã, não atrapalhou o movimento da Polícia Civil. Seguindo para
o Palácio do Campo das Princesas, para ouvir o que o Estado teria a propor, a
passeata passou pela Avenida Mário Melo, Cruz Cabugá, Conde da Boa Vista e Rua
da Aurora.
Com um
número considerável de delegados, a ADEPPE (Associação dos Delegados de Polícia
do Estado de Pernambuco) estava representada pelo seu presidente, Francisco Rodrigues, que fortaleceu o
movimento e usou de sua voz para mostrar a força da categoria. “Não vamos
baixar a cabeça para a falta de proposta do Governo. Temos, mais do que nunca,
que nos unir e fazer a diferença. Juntos, poderemos mudar essa realidade”.
Comentou o presidente da ADEPPE.
Com um
discurso firme e com a certeza que toda categoria da Polícia Civil compartilha
do mesmo sentimento, o Presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, deixou claro,
após reunião com o Secretário Marcelo Canuto, no Palácio do Campo das
Princesas, que a categoria não aguenta mais a falta de respeito que o
Governador Paulo Câmara está tendo perante as reivindicações que foram
entregues no início do ano. “Nós queremos que a sociedade pernambucana tenha
segurança de qualidade. Não podemos fechar os olhos para a precária situação de
trabalho que o Governo do Estado está dando para categoria. Do jeito que está
não dá mais”. Comentou Áureo.
Os números dos crimes divulgados pelo
Governo não condiz com a realidade. Pernambuco, que vive assustado com tanta
violência, não pode ser conivente com o Estado. Os dados comprovam que até
junho dente ano, 1.921 homicídios já foram registrados em Pernambuco. Até maio,
já são mais de 300% de assaltos a agências bancarias e 30% de aumento no número
de assaltos a ônibus.
Ao
chegar às proximidades do Palácio do Governo, os policiais ficaram aguardando o
posicionamento do Estado. A Diretoria do Sinpol comunicou aos presentes que o
Governo não está querendo negociar com a categoria e o sindicato deixou claro
ao representante do Governo que não vai enfraquecer o movimento.
Saiba
mais sobre o Programa de Jornada Extra da
Segurança
PJES – O Programa de Jornada Extra da
Segurança supre a necessidade de garantir mais policiamento sem aumentar o
efetivo da polícia através de concurso público. Na Polícia Civil, a Central de
Plantões, as forças tarefa e delegacias especializadas só funcionam porque os
policiais civis utilizam suas horas de descanso para cumprir jornadas extras.
Um policial pode trabalhar até oito “cotas de PJES” por mês. Como uma cota
significa 12 horas de trabalho seguidas, os policiais chegam a acrescentar 96
horas por mês à sua jornada para garantir pouco mais de R$ 1.400 ao seu salário.