A SILENCIOSA DOR DOS PEQUENINOS
Constantemente
ouvimos notícias de abuso sexual contra crianças e infelizmente essa realidade
tem sido perpetuada em todo o país. Nessa segunda-feira, mais um caso chocou a
população, dessa vez na cidade de Recife – PE. O marido da proprietária de uma
escola particular do bairro de Santo Amaro foi denunciado e é suspeito de
cometer abusos sexuais contra crianças de 2 a 5 anos.
Uma das mães
desconfiou do abuso, quando sua filha de dois anos começou a se queixar de dor
na região genital. Após a mãe entrar em contato com outras mães de alunas da
mesma escola, foi identificado que outras crianças apresentavam as mesmas
queixas, com isso os pais procuraram o Conselho Tutelar para denunciar. O
delegado Ademir Oliveira, responsável pelo caso, informou que ainda não se sabe
há quanto tempo acontecia os abusos, porque a primeira criança a relatar foi
muito recente e como todas as crianças são muito pequenas, elas não conseguem
ter uma noção exata de tempo em seus relatos.
As crianças
contaram que eram levadas para o primeiro andar da escola, onde ficava a casa
da dona do estabelecimento e lá o homem cometia os abusos. A polícia civil
investiga se havia participação da dona da escola nos crimes. Após serem
ouvidas, as crianças foram encaminhadas para realizar o exame sexológico. O
caso está sendo investigado pelo Departamento de Polícia da Criança e do
Adolescente (DPCA), que recebeu um total de oito denúncias até o presente
momento. E nos perguntamos, até quando ouviremos que nossas crianças estão
sendo violadas? Até quando teremos a dor silenciosa daqueles que mal sabem
falar?
Precisamos de
medidas urgentes que garantam a segurança de nossas crianças e a punição de
criminosos. Um dos grandes problemas encontrados está na base, pois faltam
subsídios centralizados que nos revelem com precisão, o quantitativo de abusos
e as regiões mais afetadas. É muito difícil efetivar políticas públicas sem
dados e estatísticas sobre a problemática em questão. É necessário que o poder
público tenha um sistema exclusivo para monitoramento de abuso sexual infantil
a exemplo do que ocorre em países como os Estados Unidos e o Reino Unido. Para
a partir disso, as três esferas: Federal, Estadual e Municipal, trabalharem
juntas no combate ao abuso infantil.