NÃO É BRINCADEIRA, É MACHISMO MESMO!
Nos últimos
dias, em clima de copa do mundo, em Moscou, um grupo de brasileiros cercaram
uma mulher russa e gravaram um vídeo, onde fizeram ela repetir algumas palavras
em português fazendo menção ao seu órgão genital e também expressões
pejorativas. Dias depois, outro vídeo viralizou nas redes sociais com mulheres
russas repetindo frases em português, sem ter noção do que se tratava. Palavras
do tipo: “Eu quero dar a... para vocês”, foram solicitadas para que as russas
falassem.
O clima parecia
de brincadeira, porém o que vemos é um total desrespeito as mulheres,
perpetuado ao longo dos anos. Onde o patriarcado consolida a ideia de que a
libertinagem é totalmente viável e justificável em relação ao gênero feminino.
A relação mulher e objeto sexual, ainda é muito evidente em nossa cultura, o
que torna muitas atitudes que deveriam ser repudiadas, algo do convívio.
Reafirmamos, não é brincadeira, é machismo mesmo!
Lembramos que
nosso país possui elevados índices de assédio e violência contra a mulher, e
que a misoginia é a principal causa para o feminicídio. Precisamos combater
essa nítida exploração a essa público, assim como desconstruir a imagem que ser
mulher, é está em constante disponibilidade para uso sexual. O sentimento de
absoluta posse do gênero masculino sobre o feminino, construído ao longo da
nossa história, tem levado a expansão de valores invertidos e credenciado aos
diferentes tipos de violência.
Os casos
disseminados na Rússia são apenas exemplos que essas inversões de valores são
uma realidade e nós precisamos combater. Precisamos lutar por uma sociedade
mais equânime, fundada no respeito ao ser humano indiferente de sua etnia. E
que as mulheres possam ser apreciadas a priore, por quem são de fato e não
apenas por carregar em si, a possibilidade de satisfazer sexualmente o sexo
oposto.