Através de uma investigação inserida no plano de ação operacional
desenvolvido pela Secretaria de Defesa Social, no âmbito do Pacto Pela Vida,
com o objetivo de identificar, localizar e prender as pessoas envolvidas na
chacina ocorrida no dia 06 de fevereiro deste ano, no sítio Cafundó em Poção,
onde foram vítimas os conselheiros tutelares Lindemberg Vasconcelos, de 54 anos, Carmem Lúcia Silva, de 38 anos e Daniel Farias, de 32 anos, além da idosa, Ana Rita Venâncio, de 62, foi apresentado na tarde desta segunda-feira
(20), na sede da Dinter-1 em Caruaru, o resultado da Operação Tutela, com a conclusão
do inquérito que investigou a ação criminosa que teve a participação de sete
pessoas que articularam e mataram as vítimas.
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Segundo a Polícia, a oficiala de justiça Bernadete, pagou R$ 45 mil pelo crime. |
De acordo com as investigações a mandante do crime é a oficiala de
justiça Bernadete de Lourdes Britto
Siqueira Rocha, de 52 anos, que já responde a um processo pela morte da
ex-nora e pagou a importância de R$ 45.000,00 pela chacina e para isso foi instruída
pelo advogado, José Vicente Pereira
Cardoso da Silva, de 59 anos, que é ex-diretor do presídio de Arcoverde e é
apontado como agenciador e articulador do crime, os executores da chacina foram
Égon Augusto Nunes de Oliveira; de
27 anos, que já foi preso acusado de ter praticado três homicídios e um porte
de arma, Wellington Silvestre dos Santos,
vulgo “Chaves” ou “Chave de Cadeia” de 27 anos, que já
foi preso por ter praticado quatro homicídios, formação de quadrilha e
associação para o tráfico de drogas e uma tentativa de homicídio e Orivaldo Gode de Oliveira, vulgo “Zeto” de 49 anos, que é pai de Égon e
já respondeu por três portes de arma de fogo e Ednaldo Afonso da Silva, de 44 anos, que nunca foi preso, já o agenciador
intermediário foi Leandro José da Silva,
vulgo “Léo” ou “Léo de Côca” de 25 anos, que já respondeu por três homicídios,
duas tentativas de homicídios, receptação, disparo de arma de fogo e porte
ilegal de arma.
Dr. Erick Lessa é o presidente do inquérito. |
De acordo com o delegado Dr.
Erick Lessa, que preside o inquérito, Bernadete exercia de fato a guarda da
sua neta que sobreviveu ao evento criminoso, cuja guarda era do pai, que é
filho de Bernadete, mantendo assim, através dele, as disputas judiciais com a
família materna da menor. A disputa judicial ao longo do tempo pela guarda da
criança foi tomando proporções maiores ao longo do tempo e ensejando intensa
disputa entre as famílias, com a ocorrências de várias contendas nos dias de
visitas, havendo ameaças e até mesmo agressões pelo marido e filha de Ana Rita,
em desfavor de Bernadete e desta contra aqueles. No entanto no dia do crime
apenas avó da criança, Ana Rita Venâncio, estava no interior do veículo que foi
abordado pelos assassinos.
Segundo as investigações, em novembro do ano passado Bernadete alienou a
casa da família, no intuito de conseguir recursos financeiros para pagar a
execução do crime, em janeiro deste ano entrou em contato com o advogado José
Vicente, que foi o diretor da Penitenciária Brito Alves em Arcoverde e ambos
foram ao presídio, onde fizeram o primeiro contato com o detento “Léo” visando
a contratação dos executores, no dia 27 do mesmo mês “Léo” fez o primeiro
contato com o “Égon, no dia seguinte Égon passou a interagir com o José Vicente.
No dia 02 de fevereiro se encontraram em Arcoverde Bernadete, Ègon e Zé
Vicente, provavelmente para acertar os detalhes da execução, no dia 05 de
fevereiro, Chaves, Égon e Orinaldo, chegaram a Belo Jardim, onde dormiram e no
dia seguinte juntamente com o Edinaldo, que é cunhado do Chaves, foram a Poção,
onde usando um carro e uma moto montaram um bloqueio e mataram as vítimas.
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Foram localizados o carro e a moto usados pelos criminosos. |
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Com a repercussão do caso, o governador de Pernambuco, juntamente com o
secretário de Defesa Social do Estado, designaram que o delegado Erick Lessa,
assumisse as investigações e juntamente a sua equipe ele conseguiu elucidar a
chacina e a primeira prisão ocorreu no dia 27 de fevereiro na cidade de
Arcoverde, quando prenderam a Bernadete, um dia depois prenderam um dos
executores, o Égon, que foi preso em Abaetetuba no Pará, no dia 24 de março foi
preso o segundo executor, Orivaldo, em Serra Talhada, no dia 7 de abril foi
preso o terceiro executor, Ednaldo e o “Léo” que agenciou a chacina e no dia 11
do mesmo mês foi preso o articulador do crime, José Vicente. Ao todo seis
pessoas estão presas, mas a polícia está tentando localizar um dos executores,
Wellington Silvestre dos Santos, que está foragido.
O promotor Dr. Edeilson Lins Junior, que foi um dois quatro promotores designados para o casa, informou que era questão de justiça prender os assassinos desse crime covarde que repercutiu em todo o país. |
A investigação concluiu que as ordens iniciais da mandante do crime, a
Bernadete, era para matar os ocupantes de um Gol branco, pertencente a João Batista,
que é parente da mãe da menina e através de uma ligação telefônica ela falou
para os executores que as vítimas estariam no carro do Conselho Tutelar, que
vinha de Arcoverde com a avó materna, a criança e os conselheiros tutelares e
que todos fossem executados com exceção da sua neta.
Após a execução do crime os executores Égon, Orivaldo e Chaves fugiram
para outros estados do Norte e Nordeste do país e foram passar o carnaval em
Pio Xll no Maranhão e foi encontrada no celular do Égon, uma filmagem na qual
ele se abana com cédulas de R$ 50,00, que a polícia acredita que foi parte do
pagamento pela execução do crime.
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Égon fez um vídeo se abanando com o dinheiro, possivelmente recebido pelo "serviço". |
Bernadete, já responde na justiça pelo homicídio da ex-nora Jucy Venâncio de Brito, que foi morta
por envenenamento há 3 anos e é a mãe da menina que foi o pivô da aresta entre
as duas famílias, que assim como os demais acusados foi indiciada por quatro
homicídios duplamente qualificados e uma tentativa de homicídio, na casa dela
foram encontrados uma pistola, documentos da mãe da criança, alguns chips de celulares e um organograma, no qual continha familiares da mãe de sua neta, com
o irmão do Égon foi encontrado um
revólver e se condenados os acusados devem pegar até 210 anos de prisão.
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Foram encontrados na casa de Bernadete, chips, uma pistola e até um organograma com fotos e nomes das próximas vítimas da quadrilha. |
Bernadete está presa na Colônia Penal Feminina de Buíque, Égon, está
preso na Penitenciária Juiz Plácido de Souza em Caruaru, Ednaldo e Orivaldo estão
presos no Presídio Desembargador Augusto Duque em Pesqueira “Léo de Côca” está recolhido no presídio Brito
Alves em Arcoverde e o advogado Zé Vicente está no Cotel, na região
metropolitana do Recife, já o Wellington está foragido.