A Polícia Federal em Pernambuco com apoio do IBAMA, deflagrou na
manhã desta quinta-feira (17), após 3 (três) meses de investigação, uma ação
que teve como objetivo de fechar as atividades e reprimir a prática delituosa
de rinha de galo no Loteamento Santana na cidade de Gravatá/PE. Na ação foram
empregados 25 policiais federais de Recife/PE e Caruaru/PE, além de 5 fiscais
do IBAMA, os quais se dirigiram por volta das 15 horas até o local suspeito com
vistas a verificar a veracidade das informações levantadas pela Polícia Federal
a respeito de uma grande concentração de pessoas que estavam se reunindo em um
galpão com o objetivo de colocar galos para brigar em competições de rinhas,
onde eram feitas apostas dos mais diversos valores!
As investigações também apontavam que o local ficava num lugar
muito afastado da cidade, sendo o seu caminho por estrada de barro e que tanto
o edifício quanto a maior quantidade de galos expostos naquele local, onde
aconteciam tais rinhas era de um oficial da Polícia Militar/PE que se utilizava
de outros militares para fazer a segurança do local. A ação teve seu desfecho
final quando as equipes de policias federais e do IBAMA se dirigiram até o
local e ao entrar no local perceberam a existência de 130 pessoas que estavam freqüentando
o local com o objetivo de colocar seus animais para lutarem nas rinhas e também
apostarem alguma quantia em dinheiro através de competições realizadas naquele
local. Também foi encontrado em outros pavimentos do estabelecimento, cerca de
160 (cento e sessenta) galos de propriedade do oficial da Policia Militar que
além de treiná-los para as rinhas também utilizava o local como arena para que
as brigas fossem realizadas!
O local onde os galos eram postos para brigar possuía o nome de
“Pena Forte”, dispunha de ar condicionado, cadeira para os espectadores,
sistema de som, aparelho de televisão e venda de lanches e acessórios e
souvenires tanto para os galos como para os participantes! Todas as 130 pessoas
que se encontravam naquele local foram revistadas, porém, não foi encontrado
nenhum objeto de crime que ensejasse suas prisões em flagrante! Porém foi
detectada a presença de dois policiais militares armados, sendo um Cabo e um
Soldado que estavam fazendo a segurança do local e por não estarem com nenhum
galo e não terem participado dos eventos daquele local, foram registrados os
seus dados qualificativos para futuro encaminhamento de uma informação por
parte da Polícia Federal para a Polícia Militar afim de que sejam averiguados
possíveis irregulares disciplinares no âmbito da corregedoria!
Após todos os 130 terem sido devidamente identificados no local,
foram liberadas 120 pessoas, ficando 10 pessoas que estavam com galos naquela
ocasião, os quais receberam multas no valor de R$ 3.000 (três mil reais) por
animal e o oficial por ter cerca de 160 animais recebeu multa no valor de R$
500 reais por animal – (caso tais multas não sejam pagas o nome dessas pessoas serão
negativados no SPC e SERASA ficando impossibilitado de fazer várias transações
comerciais e financeiras).
O oficial presenciou todas as buscas tendo ficado como fiel
depositário de seus respectivos animais (galos) e foi acompanhado o tempo todo
por outros policias militares de seu batalhão! Terminado os trabalhos
investigativos e tendo tudo sendo apreendido tanto o oficial como os 10
suspeitos foram levados até a Delegacia de Polícia Federal em Caruaru/PE, foram
informados dos seus direitos e garantias constitucionais, onde acabaram sendo
autuados através de um Termo Circunstanciado de Ocorrência pela prática contida
no artigo 32 da lei 9.605/98 – (praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
mutilar animais silvestres ou domésticos - Pena - detenção, de três meses a um
ano, e multa).
Os prêmios auferidos nos campeonatos de rinhas de galo promovido
pelo Clube Pena Forte variavam de R$ 1.500,00 a 20.000,00 para o galo campeão e
de R$ 500,00 a R$ 10.000,00 para o tratador do animal.