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quarta-feira, 14 de março de 2018

COLUNA OPINIÃO DE MULHER COM A ENFERMEIRA E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA NAYARA SOUZA



A DOR ALÉM DO PARTO

É comum o debate sobre violência contra o gênero feminino, porém existe um tipo de violência que acomete inúmeras mulheres, mais precisamente uma a cada quatro mulheres, segundo os últimos dados divulgados, que é a Violência Obstétrica. A falta de esclarecimentos sobre quais ações caracterizam esse tipo de violência, tem permitido que muitas mulheres a sofram sem a consciência que estão sendo lesadas em seus direitos.

O nascimento de um filho é um dos momentos mais esperados na vida de qualquer mulher. 

O parto em todo o seu processo complexo, é um evento que envolve muita ansiedade para a família que o vivencia. Porém, para muitas parturientes, esse momento é marcado por traumas e dores que ultrapassam as físicas. A violência obstétrica é aquela que acontece no momento da gestação, parto, nascimento e/ou pós-parto, inclusive no atendimento ao abortamento. Pode ser física, psicológica, verbal, simbólica e/ou sexual, além de negligência, discriminação e/ou condutas excessivas, desnecessárias ou desaconselhadas, muitas vezes prejudiciais e sem embasamento em evidências científicas.

Há uma subnotificação muito grande nesses casos, pois muitas mulheres não sabem o que é, de fato, uma violência obstétrica. Pode ocorrer desde o impedimento do parceiro de entrar na sala de parto, ou qualquer outro acompanhante, até uso de procedimentos de rotina desnecessários sem o consentimento da mulher. Ações como: amarrar as pernas da mulher, realização de episiotomia (corte lateral para alargamento do canal de parto) sem indicação e consentimento, manobra de kristeller (pressão sobre o útero), toque vaginal com frequência elevada, gritos e palavras pejorativas, caracterizam esse tipo de violência.

Caso a gestante/parturiente passe por violência obstétrica, a mesma poderá realizar um boletim de ocorrência, realizar uma denúncia junto à Secretaria Municipal de Saúde ou ligar para o 180. O projeto de Lei Federal que caracteriza o crime de violência obstétrica, encontra-se em tramitação. É necessário que debates sejam firmados junto à população, para que, a qualquer sinal de violência, a mesma compreenda e busque suporte. O nascimento deverá ser um dia inesquecível, não por práticas abusivas e traumáticas, mas pela vivência do milagre da vida. É inadmissível que a dor, seja além do parto.

Essa foi minha opinião de mulher de hoje. Participe conosco enviando suas dúvidas, questionamentos e sugestões para dra.nayarasousa@hotmail.com.