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Capitão Felipe da Força Tática da PM de Paulistana
comandou a operação (Foto: Gil Oliveira/ G1)
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Do G1 PI
Uma operação realizada pela Polícia Civil em
conjunto com a Polícia Militar do Piauí resultou na
prisão de 12 pessoas suspeitas de integrar duas quadrilhas especializadas em
assaltos a bancos, com integrantes do Ceará, Bahia,
Piauí e São Paulo.
Os presos são suspeitos de realizar assaltos no estados do Piauí e Ceará.
O trabalho da Polícia Civil foi realizado por
cinco delegados do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), que atuaram
em operações simultâneas nas regiões Centro-Norte e Sul do Estado.
“Foram duas quadrilhas presas: o primeiro grupo
é suspeito de realizar o seu último roubo a uma agência bancária na cidade de
Aroazes, que fica a 204 quilômetros de Teresina. A outra quadrilha foi presa
após explodir uma agência na cidade de Caridade do Piauí,
região Sul do estado, que fica a 432 quilômetros da capital”, disse o delegado
Menandro Pedro.
De acordo com Menandro essa primeira quadrilha é
suspeita de roubar pelo menos três agências no estado. “Além da agência em
Aroazes, eles confessaram que explodiram e roubaram as agências das cidades
de Santa Rosa do Piauí, Francinópolis e Sigefredo
Pacheco, que ficam mais próximas da capital”, disse Menandro.
Segundo a polícia, o grupo é formado por seis
pessoas que foram presas após o assalto na cidade de Aroazes, realizado no dia
23 de agosto. “O primeiro integrante da quadrilha foi pego horas depois do
crime em um matagal, após capotar o veículo roubado utilizado no crime. Depois
disso, realizamos buscas e conseguimos prender mais três suspeitos já na região
deBeneditinos, distante cerca de 100 quilômetros de Aroazes.
Eles estavam fugindo na mata e não resistiram as prisões”, informou o Menandro
Pedro.
Os suspeitos informaram à polícia a localização
de uma casa no residencial Vale quem Tem, Zona Leste da capital, onde foram
presos mais dois integrantes da quadrilha. “Ao chegarmos ao local, prendemos um
casal e em poder deles várias dinamites, supostamente utilizadas para explodir
os caixas, além de armas e dinheiro. Foram apreendidas uma submetralhadora
ponto 40, além de uma pistola 380 e R$ 20 mil, em dinheiro”, revelou o
delegado.
Membros da Polícia Militar e Polícia Civil
participaram da coletiva (Foto: Gil Oliveira/ G1)
Prisões no Sul do Piauí
Na região Sul do Piauí, as investigações foram comandadas pelo delegado Lucy
Keiko, com apoio da delegacia da cidade de Simões e
da Força Tática da Polícia Militar de Paulistana.
Na operação, cinco pessoas foram presas
suspeitas de assaltarem a agência bancária da cidade de Caridade do Piauí, crime ocorrido no dia 25 de agosto. “Com o
grupo formado por pessoas do estado de São Paulo, Bahia, Ceará e
Piauí, nós encontramos cerca de R$ 40 mil, além de dinamites e armas. Além do
assalto na cidade de Caridade, os presos são suspeitos de realizar o mesmo
crime nas cidades de Caldeirão Caldeirão Grande, no Piauí, e na cidade de Aiuba, no Ceará”,
informou Lucy Keiko.
De acordo com o delegado Menandro Pedro o que
também chamou a atenção da polícia foi a apreensão de uma escopeta calibre 12,
banhada a ouro. “Isto mostra o forte poder de fogo desses criminosos”, disse
Menandro.
Os policiais da Força Tática da Polícia Militar
de Paulistana e da delegacia de Simões foram os que realizaram
as prisões. “Após o assalto em Caridade, nós montamos várias barreiras e
abordamos dois homens a pé que fugiam para o Ceará com R$ 4 mil escondido no
tênis. As outras prisões foram feitas pela Polícia Militar”, disse o delegado
de Simões, Antônio Fernando.
As prisões do outros quatro suspeitos foram
realizadas pela PM. “Nós fechamos todas as saídas da cidade de Jacobina do Piauí, e interceptamos um veículo Honda Civic. Na
abordagem encontramos várias armas e artigos utilizados para explosão dos
caixas, que estavam em poder de quatro pessoas”, destacou o capitão da Força
Tática, Estenislau Felipe.
Diminuição dos crimes
Com as prisões das duas quadrilhas a polícia
acredita na diminuição dos crimes contra as agências bancárias e Correios no
interior do Piauí. “Essas pessoas estão fora de circulação, o que deve diminuir
os crimes. A maioria dos presos são pessoas experientes e cada um tinha uma
função. Os piauienses davam o suporte, sendo conhecedores da área e ajudando
nas fugas, já os suspeitos de outros estados realizavam as explosões.
Inclusive, um deles é técnico em eletrônica, conhecedor do sistema dos caixas
eletrônicos, e outro era um operário de mineradora que sabia manusear os
explosivos”, informou Menandro Pedro.
O delegado também informou que a Polícia Civil
do Piauí conta com a ajuda do Exército Brasileiro para descobrir a origem dos
explosivos. “Esse material tem numeração do lote e fabricação, por isso,
requisitamos que o exército nos ajude e descubra de onde esta carga foi
desviada”, afirmou Menandro.
Todos os detalhes da operação foram mostrados
através de uma entrevista coletiva para imprensa, realizada as 10h desta
quinta-feira (29), na sede do Academia de Polícia Cívil.
Segundo o delegado do Menandro, todos os presos
foram encaminhados para a Casta de Custódia, Penitenciária Feminina e
Penitenciária Irmão Guido, em Teresina.
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armas apreendidas com os suspeito de integrar quadrilha que roubava banco no Piauí (Foto: Gil Oliveira/ G1) |
O delegado também reclamou da falta de segurança
nas agências do Banco Bradesco. "Os criminosos escolhem as agências do
banco porque não há nenhum dispositivo de segurança. Não tem câmeras, portas
detectoras de metal ou vigilantes. A empresa nunca prestou apoio ou informação
para a Greco sobre os crimes e nem ao menos se interessa na elucidação dos
casos. O que preocupa porque além do prejuízos para as instituições, essas
ações criminosas deixam sequelas irreparáveis a população de cidade pancadas,
que ficam com a sensação de insegurança", revela Menandro Pedro.
Por
meio de nota, o Bradesco afirmou que não iria comentar as declarações do delegado
e disse apenas que "segue um plano de segurança aprovado pela Policia
Federal".