À QUEIMA-ROUPA
Apenas mais um filme de ação esquecível
Baseado no filme francês de Fred Cavayé, À Queima-Roupa conta com o
protagonismo de dois atores que particularmente gosto muito, estava carregado
de indícios que seria um filme envolvente. A falsa promessa feita pelo trailer,
demonstrava de fato que o enfermeiro Paul iria enfrentar grandes desafios para
libertar sua esposa das mãos do criminoso Abe, porém ao assistir, percebemos
que nem mesmo o carisma de Anthony Mackie e de Frank Grillo foi capaz de salvar
o filme da lista dos filmes esquecíveis e desnecessários.
A história é fraca. Nela temos o enfermeiro (Anthony Mackie) levando sua
vida tranquilamente, trabalhando em um bom hospital e feliz com sua esposa que
está aguardando a chegada do primeiro filho. No entanto, tem sua vida virada de
cabeça para baixo quando um criminoso (Frank Grillo) é internado no hospital em
que trabalha. Ele é suspeito de ter matado um promotor ali da região. O irmão
do tal criminoso sequestra a esposa do enfermeiro, e ele, por sua vez,
precisará dar um jeito de tirar o suspeito do próprio hospital para conseguir,
em trocar, resgatar a mulher.
Frustrante ver Anthony Mackie, excelente ator, em um papel que não exige
muito dele. No entanto, ele se esforça para passar seriedade, mas a trama
escrita por Adam G. Simon, é incapaz de apresentar situações que o coloque
sobre fortes cargas emocionais ou até mesmo para refletir sobre o certo e
errado quando o assunto é proteger sua família . Certamente que ao utilizar
recursos tão preguiçosos, acaba deixando vários furos e muitos momentos sem
desenvolvimento algum, comprometendo todo o conjunto da obra. O diretor segue o
curso do roteiro, e sem dar oportunidade aos atores de entregar um algo a mais,
faz de À Queima-Roupa um clichê. Nele não encontramos nada que apresente dramas
capazes de nos convencer que a esposa do protagonista corre perigo de fato,
isso porque tudo exibido, passa a impressão que já foi assistido em outras
produções. As evidencias demonstram de cara quem tramou a morte do promotor,
quais os policiais corruptos estão envolvidos e qual reviravolta vai acontecer.
Tudo isso, jogando os protagonistas num vai e vem cansativo, somente para
ganhar tempo de tela e ciar algumas cenas de ação, com direção perigosa,
tiroteios e lutas corporais, mas claro sempre utilizando o velho recurso onde é
preciso encontrar uma solução para que o enfermeiro e o criminoso conquistem
seus objetivos e que no fim, ambos se tornem amigos. Nas mãos do diretor Joe
Lynch, este filme não é diferenciado. Apesar de ter algumas mortes importantes
e tramas de corrupção que podiam ter engrandecido a narrativa dos fatos, ele se
esquece de explorá-las e as deixam lá, jogadas aleatoriamente. O filme
infelizmente também perde pontos pelo destaque dado a atriz Teyonah Parris, por
suas óbvias limitações, não transmite qualquer tipo de emoção, ainda que esteja
encaixada de modo funcional dentro da trama. As perseguições só acontecem após
uma convencional apresentação dos personagens e mesmo assim, elas passam para
uma progressão marcada com ação interrupta que acompanha a toda a jornada até a
cruzada de resgate da grávida. Lamentável.
No fim, essa produção não foge da repetição, e nem tão pouco estabelece
um diferencial expressivo em relação as produções do gênero. Talvez ela possa
agradar apreciadores que não se incomodem a apenas assistir momentos menos
tensos e instigantes, e com menos que o prometido. Só sei que faltou
adrenalina, dramaticidade e agilidade, e sem isso, um filme de ação não é
marcante e tão pouco vai conseguir manter-se na memória do espectador, mas vai
estar na lista de filmes esquecíveis e desnecessários.