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quarta-feira, 25 de abril de 2018

COLUNA OPINIÃO DE MULHER COM A ENFERMEIRA E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA NAYARA SOUZA



SUICÍDIO, PRECISAMOS FALAR SOBRE!

O Brasil não é um país que ocupa os primeiros lugares no ranking de suicídios no mundo, porém, os números têm crescido assustadoramente em nossa nação. O Ministério da Saúde aponta que um suicídio acontece no Brasil a cada 45 minutos. Entre 10 suicídios, 9 poderia ser evitado se a profilaxia adequada fosse realizada. Em meio aos países que registram aumento segundo os dados enviados para a Organização Mundial de Saúde, o Brasil se encontra em posição de destaque, com aumento de 60% dos casos nos últimos anos.

Nesses últimos dias, dois casos chamaram a atenção para o tema. Dois alunos do ensino médio do Colégio Bandeirantes, um dos mais tradicionais e conceituados de São Paulo, suicidaram-se em casa em um intervalo de pouco mais dez dias. A notícia tomou as redes sociais e assustou pais e estudantes de escolas particulares. O professor do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Unicamp, um dos maiores especialistas no assunto, o psiquiatra Neury Botega, diz: “O Brasil é uma sociedade em ebulição. E sabemos que os números de suicídios aumentam em sociedades com crise política e econômica”. Se avaliarmos o contexto social da atualidade, conseguimos compreender com exatidão a afirmativa feita por Botega.

Inúmeros fatores podem contribuir significativamente para que essas mortes aconteçam. Crises econômicas, culturais, emocionais e até espirituais. Vivemos uma real crise em nossa nação, que ultrapassa os aspectos financeiros. Uma verdadeira crise existencial. Onde os sujeitos que compõe a sociedade, atuam em uma busca incessante para atender os padrões exigidos, perdendo ao longo do tempo suas bases solidas de sustentação. Talvez a busca constante de aceitação, aonde o ter sobressai o ser, seja um forte contribuinte para isso.

A "Organização Mundial de Saúde" (OMS) define a saúde como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades". Se refletirmos esse conceito, veremos o quão ainda estamos em estado patológico e o quão falta alcançar a condição de estar saudável. É necessário que venhamos a debater mais essa temática em nosso ciclo social e familiar, para que possamos auxiliar o máximo de pessoas que estejam passando por estado de vulnerabilidade para o suicídio.

Além disso, está disponível um serviço de extrema importância, o Centro de Valorização da Vida (CVV), que atua na prevenção ao suicídio, através do número 188, em Pernambuco. 

O serviço de suporte emocional funciona sem restrição de dia e hora, inclusive nos feriados. Além do telefone 188 (ou 141 em algumas regiões), o CVV oferece atendimento pessoalmente nos 85 postos de atendimento e também na internet, através de chat, e-mail e Skype, no site da instituição. Precisamos entender que o suicídio é um ato de comunicação. A pessoa comunica em morte o que ela não consegue comunicar em vida.

Essa é minha opinião de mulher! Participe conosco enviando suas dúvidas, questionamentos e sugestões para dra.nayarasousa@hotmail.com.