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“A cultura do estupro pretende colocar a culpa na vítima ou
despenalizar o agressor, absolvendo como doente ou psicopata. É um alerta que
se faz”. Essa foi a declaração da delegada de polícia civil do Rio de Janeiro,
que concluiu o inquérito policial que apurou o caso de estupro coletivo,
ocorrido recentemente na capital carioca.
Essa questão, bastante complexa e delicada, veio à tona em
discussões Brasil a fora, após a divulgação na internet e na grande mídia de um
vídeo, em que uma jovem, desacordada era estuprada por vários homens.
Vivemos ainda, infelizmente, em uma sociedade machista, de uma
cultura patriarcal, onde as pessoas querem imputar à mulher a culpa por ela ser
estuprada, muitas das vezes, em função de uma roupa mais decotada que estava
usando, ou até por conta dos ambientes em que freqüenta e amizades ou
relacionamentos que nutre.
Não podemos aceitar que a sociedade aceite esse tipo de discurso,
pois estamos falando de um crime hediondo, no qual a vítima é exposta a
traumas, doenças, que deixa seqüelas pelo resto da vida, ou até uma gravidez,
completamente indesejada.
Não devemos tolerar esse tipo de justificativa para o estupro, que
visa diminuir os efeitos sociais para o estuprador e busca culpar a vítima de
uma agressão como essas, mesmo vitimada de um hediondo e nefasto crime como
esse.
Nós da coluna Hora da Cidadania, somos categoricamente contra toda
imputação de culpa a mulher por ter sido de um crime de tamanha repercussão
para sua vida.
Hora da cidadania – Erick
Lessa – Delegado de Polícia Civil.
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