AINDA PRECISAMOS DISCUTIR O ÓBVIO
No último dia
23 desse mês, foi localizado o corpo de uma mulher, a estudante de pedagogia da
Universidade Federal de Pernambuco, Remis Carla Costa, desaparecida desde o dia
17 de Dezembro. Assassinada por engasgamento pelo namorado, o ajudante de
pedreiro Paulo César Oliveira da Silva, de 25 anos, que confessou o crime. O
crime ocorreu em Recife e o corpo enterrado próximo a residência do assassino.
Na madrugada
dessa segunda feira (25), após um momento de festividade natalina em família,
uma adolescente de 13 anos foi estuprada por um parente em sua própria
residência no município de Caruaru.
Em Limoeiro, um
pai de 53 anos de idade, foi preso na manhã do dia 25, por estuprar três das
suas quatro filhas. A autuação aconteceu após uma das filhas, de 12 anos,
engravidar do próprio pai e relatar a Polícia Civil os abusos que sofria. Após
os relatos, as outras duas irmãs, hoje maiores de idade, também acusaram o pai
de cometer abusos na infância e adolescência.
Esses são
apenas alguns acontecimentos dos últimos dias em nossa região, envolvendo
mulheres/meninas. Não é uma questão de defesa feminista, é simplesmente a
necessidade de continuar discutindo o óbvio. É necessário discutir dentro dos
lares uma educação que desconstrua o ciclo da violência. Violência essa, que se
inicia com os vestígios da cultura patriarcal ainda fortemente explorada em
nosso país. Onde a figura masculina assume o papel de proprietário da figura
feminina, levando à condutas extremas de desrespeito e a perda dos limites.
Enquanto
relacionamentos abusivos forem tolerados, e a certeza de impunidade imperar,
continuaremos ouvindo falar das “Mirellas”, “Giselles”, “Marias”, “Remis”...
Continuaremos a ouvir falar de meninas que tiveram seus corpos violados de
forma tão traumática. Precisamos falar de respeito e de sua violação alimentada
pelo machismo. Faz-se necessário o rompermos o silêncio do medo e começarmos a
exigir de fato, uma nova postura social frente a essa temática. Postura essa
que começa dentro de nossas casas.
Essa é minha
opinião de mulher! Participe conosco enviando suas dúvidas, questionamentos e
sugestões para dra.nayarasousa@hotmail.com.