Problema é vontade política do
governador, que embora demonstre visível preferência por tropas, deixa de
convocar grupos.
Sinpol/PE, como sempre,
permanece insensível no que diz respeito à reivindicação pelo chamamento dos
reservas.
O que diferencia tropa de grupo? Na
mentalidade de quem pensa o Executivo, poderíamos dizer a obediência cega, a
adaptação ao aquartelamento e ao coturno, a voz de comando, a ordem unida, a
farda e a ostentação por divisas e estrelas.
Àquele, volve o governo o olhar e a
máquina administrativa envidando esforços para formação de academias e
contratações, como se a arrumação da Segurança Pública ficasse unicamente
atrelada à questão da reposição do acervo das peças baixadas por morte,
aposentadoria, afastamento, reforma, exoneração e demissão.
A destreza pura e simplesmente do uso
de armamentos letais e não-letais resolve a problemática do policiamento
ostensivo, porém, há de enxergar a Administração que baixas, mortes,
aposentadorias, afastamentos, exonerações e demissões também ocorrem nos
quadros dos grupos ocupacionais da Polícia Civil, demandando novas
contratações.
O equilíbrio entre as forças estatais
da Segurança Pública é fomentado por salutar na própria Constituição Federal,
quando diferencia que ações e operações militarizadas são obrigações da Polícia
Militar e as ações investigatórias competem, por atribuição, à Polícia Civil. Logo,
a necessidade de ambas laborarem em suas vocações.
A recente contratação de policiais
militares não exonera o Estado do dever constitucional, legal e institucional
de contratar policias civis porque a vacância desses nomes implica queda na
produção e remessa de inquéritos policiais e outros procedimentos à Justiça,
que deixará de apreciar e julgar crimes e criminosos.
Se a corda estava esticada para o lado
de lá, aqui não há folga. O efetivo de hoje, na Polícia Civil, é numericamente
inferior àquele que existia há seis anos atrás. As demandas por investigação
cresceram em progressão geométrica; a necessidade de novas contratações, de
forma exponencial.
A Administração não pode simplesmente
esquecer que já existe quadro formado de reservas na Polícia Civil, nem a
categoria pode esperar, que por milagre, o Sindicato dos Policiais Civis de
Pernambuco (Sinpol/PE) se dispa das velhas anáguas, largue o osso e
reivindique, pelo menos, o chamamento dos reservas.
Urge a Polícia Civil pela reposição de
seus quadros e nossa Associação dos Policiais Civis de Pernambuco (ASPOL/PE)
entende por iminente a assinatura desse ato pelo Governador, uma vez que a
contração é uma necessidade inadiável e a convocação dos reservas à academia
deve acontecer o quanto antes.
Como dissemos, a Polícia Judiciária é
salutar e indispensável ao complexo de investigações. Infelizmente, os
problemas de caixa, ordenamento e encaixe de despesas não são fatores
preocupantes para o Estado de Pernambuco, que se orgulha em superar recordes em
matéria de arrecadação fazendária.
Como visto, o problema é vontade
política do governador, que embora demonstre visível preferência por tropas,
deixa de convocar grupos. Para piorar a situação, a figura ainda tem em seu
favor um vira-lata caduco, mouco e mudo, que não presta nem para morder-lhe o
calcanhar.