Dezenas de moradores do Sítio Guaritas, na zona rural de Riacho das
Almas, realizaram um protesto no final da manhã desta sexta-feira (22). Eles se
concentraram na frente da escola, onde atearam fogo em pneus e restos de tecidos,
impedindo a passagem de veículos nos dois sentidos.
O motivo do protesto foi o descaso que a Prefeitura do município tem
tratado a comunidade. Um trágico acidente ocorreu no dia 11 de março com um
ônibus estudantil, resultando em quatros adolescentes mortos e vários feridos e
na época o Prefeito do município Dió Filho, prometeu construir novas salas na
Escola Municipal Manoel Soares da Costa, para evitar que as crianças e os
adolescentes da comunidade, pudessem estudar na localidade e não precisassem
ter que ir estudar nas escolas do Vitorino e do distrito de Trapiá, a promessa
era de que essas obras fossem iniciadas em dois meses e meio e até agora já se
passaram quatro meses e meio e nada. Além do Prefeito não cumprir com o
prometido, os moradores alegam ainda que os ônibus que realizam esse transporte
de estudantes são malconservados e alguns até são dirigidos por motoristas que
não possuem a Carteira de Habilitação.
A líder das mães de alunos, Adriana Lima, disse que a única coisa que
foi feito pela Prefeitura foi a terraplanagem em frente a escola do vilarejo,
inclusive alegou que 60% dos postes estão com as lâmpadas queimadas.
O acidente aconteceu no início da noite da sexta-feira (11 de março
deste ano), no Sítio Salgado, na zona rural de Riacho das Almas e morreram no
local: Thayná de Moura Silva, de 12 anos; Karine Oliveira Moura,
de 13 anos; Vitória Maiza de Moura, de 11 anos, já o garoto Weviton
Silva Santos, de 12 anos, morreu no domingo no Hospital Regional do
Agreste.
As vítimas estavam
voltando da escola onde estudavam no distrito do Vitorino, também em Riacho das
Almas e quando o motorista estava descendo essa ladeira transportando 35
alunos, faltou freio no ônibus, ele perdeu o controle, saiu da estrada e
capotou o veículo.
Inicialmente a
irregularidade encontrada foi a CNH do condutor vencida há dois anos e não
havia, ele tem 80 anos de idade, quando prestou depoimento em Caruaru falou que
não tem problemas de saúde, nem com bebida alcoólica e falou que não renovou a
CNH por conta da pandemia.
O ônibus foi recolhido pela polícia e levado para a delegacia da cidade,
onde foi periciado pelo IC – Instituto de Criminalística e pelo Detran e na
manhã do dia 22 de março alguém ateou fogo no ônibus ao lado da delegacia da
cidade e o Corpo de Bombeiros teve que ser acionado para apagar as chamas.