Implementar medidas para
melhorar a estrutura da Feira da Sulanca, garantindo segurança para compradores
e comerciantes do Parque 18 de Maio. Este será o foco de atuação de um grupo de
trabalho formado a partir da audiência pública promovida pela Comissão de Desenvolvimento
Econômico e Turismo da Alepe, presidida pelo deputado estadual Delegado Erick
Lessa. O evento ocorreu na terça-feira 27, no auditório da Associação Comercial
e Empresarial de Caruaru (Acic).
O deputado Delegado Erick
Lessa apontou que a visão do grupo é unir desenvolvimento econômico com
segurança. “É preciso ordenar a infraestrutura da Feira, proporcionando uma
melhor movimentação econômica. Milhares de famílias conseguem o seu sustento
através da Sulanca. Cuidar da Feira é cuidar de vidas. E esta é uma
responsabilidade de toda a sociedade”, disse, deixando claro que não quer
assumir “protagonismo com a causa, mas ajudar a melhorar a vida dos
sulanqueiros e dos compradores”.
Na audiência, uma equipe do
Corpo de Bombeiros apresentou um relatório técnico descrevendo o ‘diagnóstico’
das condições de infraestrutura da Sulanca. O tom foi de alerta, pois, segundo
os representantes do grupamento, a situação do local é delicada. Difícil acesso
ao interior da Feira; raio de alcance dos hidrantes inferior à área a ser
protegida; estabelecimentos desordenados; utilização de fogo e gás de cozinha e
instalações elétricas irregulares foram alguns dos problemas elencados pelos
bombeiros.
Entre as medidas
emergenciais recomendadas pelo órgão, estão a instalação de extintores pelos
comerciantes e a ampliação da Brigada de Incêndio que funciona com apenas dois
brigadistas, durante o horário de comercialização. De 2013 para cá, o Corpo de
Bombeiros registrou cinco ocorrências de incêndios no Parque 18 de Maio, em todos
os casos ocorridas fora do horário de feira.
O órgão ainda sugere a
definição de rotas de fuga sinalizadas, permitindo um acesso livre aos setores
da área. “O Corpo de Bombeiros faz apontamentos, mas é necessário que o poder
público crie um projeto de segurança contra incêndio e pânico. Queremos que
comerciantes e compradores tenham mais segurança, sem o risco de acontecer
tragédias no local”, salientou o comandante-geral do CBMPE, coronel Manoel
Cunha.
O presidente da Associação
dos Sulanqueiros, Pedro Moura, afirmou ser favorável a melhorias na Sulanca,
mas observou que é necessário ter total atenção ao comerciante, sobretudo do
setor da Brasilit. “Muitos comerciantes que atuam há mais de 30 anos estão preocupados.
É preciso que as medidas de padronização não prejudiquem os sulanqueiros”,
ressaltou.
Também estiveram presentes
na audiência o deputado estadual Sivaldo Albino (PSB); o tesoureiro da
Associação União dos Sulanqueiros, Willy Barbosa; o diretor da Acic Waldir
Rocha; o presidente da Associação dos Trabalhadores Autônomos, Eduardo Dantas;
os comerciantes André Salgado, Paulo Sérgio, Joseane Lucena e Leandro Ferreira;
além de integrantes da comissão de aprovados do concurso do Corpo de Bombeiros.
Apesar de terem sido convidados, não houve representantes do poder executivo
municipal, que se limitou a enviar um ofício afirmando que estão sendo tomadas
medidas na Feira da Sulanca.
Box – Propostas de medidas
imediatas apresentadas pelo Corpo de Bombeiros:
• Instalação de equipamentos portáteis (extintores) em todos
os estabelecimentos;
• Criação de sistemática para abastecimento de água;
• Ampliação dos serviços da Brigada de Incêndio para 24 horas
por dia;
• Elaboração de projeto de segurança contra incêndio e
pânico;
• Remoção de substâncias inflamáveis e/ou materiais de fácil
combustão;
• Esvaziar/desativar pavimentos superiores em subsolo e/ou
cômodos no mesmo pavimento;
• Acréscimo de hidrantes públicos;
• Substituição de estabelecimentos de madeira ou zinco por
alvenaria;
• Ordenação do espaço;
• Definição de rotas de fuga sinalizadas;
• Abertura de vias que permitam acesso livre em casos
necessários.