BRIGHTBURN - FILHO DAS TREVAS
Suspense, violência e terror
na medida certa.
Apesar de não ser um filme de estreia, essa produção merece um certo destaque devido a ideia do roteiro ao retratar os horrores que poderia existir, se o Superman ao invés de ser um herói do bem, usasse seus poderes para o mal. É partindo dessa premissa que Brightburn: Filho das Trevas surpreende. Á todo momento, questões que tratam da sobrevivência e preservação da espécie humana, são jogadas para serem pensadas e discutidas. Adotar uma criança, sendo ela um alienígena, por mais linda e saudável que seja, pode ser perigoso sim. Uma atitude tão altruísta, ao mesmo tempo, é um grande risco para população da Terra e não saber a origem do bebê ou se os extraterrestres são amigáveis, exigiria outra atitude dos pais adotivos. O filme começa trazendo estas abordagens ao espectador, quando uma criança alienígena cai no terreno de um casal da parte rural dos Estados Unidos. Eles decidem criar o menino como seu filho, porém, ao começar a descobrir seus poderes, ao invés de se tornar um herói para a humanidade, ele passa a aterrorizar a pequena cidade onde vive, se tornando uma força obscura na Terra.
O roteiro é muito bem
trabalhado. Gradativamente vai mostrando o nascimento do mal na criança de
forma indireta. Os roteiristas neste caso acertam em nem se dar ao trabalho de
explicar o real motivo dele ter sido enviado pra Terra. Motivação e objetivos
não tão definidos, de certa forma preserva o mistério em volta da sua presença
entre os humanos, deixando a trama bem mais perturbadora e aterrorizante.
O filme conta
com a produção de James Gunn (Guardiões da Galáxia-2014) e isto já ajuda
em muito, o futuro da carreira deste novo cineasta, O diretor David Yarovesky,
um quase desconhecido até agora, pois não traz em seu currículo nenhum filme de
peso, mas mostra neste, toda sua sensibilidade para o terror, ao trazer para as
telas um personagem tão intrigante quanto perigoso, e para isso, ele tira proveito da ideia do roteiro e sem
perder tempo vai apresentando e desenvolvendo O Filho das Trevas na medida que
a trama avança, retratando com sutileza os
horrores que seria para o mundo,
cujo tivesse que lidar com a
existência de um jovem de 12 anos,
Brandon Breyer (Jackson A. Dunn), com
poderes para fazer unicamente o
mal sem se preocupar com as consequências de suas atitudes. O ator Jackson A. Dunn tem uma atuação
impecável ao representar toda maldade inerente ao seu personagem, de forma
convincente. Suas expressões faciais, seu tom de voz, seu olhar quase
inexpressivo, causam ao espectador a certeza de que algo terrível está por
acontecer. Sem dúvida, ele é o caos em pessoas. Elizabeth Banks também está
perfeita ao interpretar uma mãe dedicada e amorosa por seu filho, mas que fica
atordoada ao ver toda maldade nele
vir a tona. Ela transmite as dúvidas, incertezas e principalmente sua
decepção e terror de forma verossímil. E para somar, David Denman, faz um pai
dedicado, porém, muito realista e racional,
não mede esforços para livrar sua esposa da terrível ameaça em que se transformou
o seu filho. O filme tem cenas muito fortes, as quais poderiam ser tomadas em
alguns momentos como bizarras, mas não
escatológicas, pois fazem parte do contexto da ação mostrada. Há uma
necessidade para ser desta forma, existe de fato, uma razão lógica para dor,
violência e o medo presente na trama.
No fim, Brightburn: Filho
das Trevas merece ser apreciado e recomendado, ao trazer uma proposta sombria,
sem medo de ser ou não aceita pelo público que está tão acostumado com filmes
de super herói do bem. É sem dúvida uma ideia interessante que aborda outras
perspectivas e se faz satisfatório quando
retrata como nenhum outro filme, o quanto os humanos são indefesos ao se
deparar com algo muito mais forte e poderoso que eles, balanceando quase que perfeitamente
violência, terror e suspense, mas
fugindo dos finais clichês, que estamos
tão acostumados, surpreendendo e muito no destino reservado aos personagens
centrais da trama. São raros filmes os quais têm essa ousadia em definir
desfechos inesperados e aqui, essa questão é elevada ao máximo.
PROGRAMA CLUBE DO FILME
No programa Clube do Filme
deste sábado, às 13h pela Rádio Cultura do Nordeste 96,5 FM/1130 AM,
apresentado por Edson Santos e Mary Queiroz, abordará o tema IMPUNIDADE NO
ESTUPRO, através do filme “3 ANÚNCIOS PARA UM CRIME”. Nos estúdios da Rádio, a
participação de Karinny Oliveira (Doutoranda em Educação e Educadora Feminista)
e Vanessa Paulino (Psicóloga).
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