CINE HOLLIUDY 2 – A CHIBATA
SIDERAL
Em 2013 estreou o filme
nacional Cine Holliudy, onde vemos um sonhador proprietário de cinema, tenta
manter viva a chama e paixão pelo prazer de ver filmes numa sala de cinema nos
anos 70, mesmo com a popularização da televisão nas casas. A produção, roteiro
e direção ficaram a cargo do cearense Halder Gomes que dedicou corpo e alma na
realização desta história a qual teve participação de um elenco 100% cearense e
onde fomos apresentados ao linguajar “cearês” e por esse motivo o filme foi
legendado. Uma ideia bastante interessante, fazendo Cine Holliudy ser apreciado
tanto pelo público como pela crítica. Passado 5 anos do primeiro, tivemos a
sequência Cine Holliudy 2: A Chibata Sideral, tentando provar se a fórmula de
fazer filmes do Halder continua funcionando, já que em 2016 ele nos presenteou
também com o divertido filme O Shaolin do Sertão, novamente com toda sua trupe
de atores cearenses.
Em Cine Holliudy 2,
Pacatuba, interior do Ceará, 1980, a popularização da TV obriga
Francisgleydisson a fechar seu adorado Cine Holliúdy e ir morar na casa da sogra,
ao lado da esposa Maria das Graças e do filho Francin. Após passar por uma
experiência alienígena, na qual um amigo foi abduzido, ele tem a ideia de rodar
um longa-metragem de ficção científica onde Lampião enfrenta os seres
extraterrestres. Para tanto, consegue o apoio do prefeito Olegário e de sua
esposa Justina, candidata às próximas eleições. A ideia até é boa, mas creio que aqui Halder confiou
demais no potencial do elenco e nos trouxe uma colcha de clichês do primeiro
filme, fazendo a trama não ser tão envolvente.
Apesar de ser um filme leve,
divertido e pouco envolvente , vem com o tom certo quando do seu jeitinho, o
diretor nos convida a refletir sobre a paixão pela Sétima Arte, seja ela de um simples cinéfilo,
seja de algum cineasta ou todos os profissionais envolvidos nas produções. Isso
Ficou visível deste o primeiro filme Cine Holliudy, quando acompanhamos a luta
do protagonista e sua família para manter um cinema funcionando, não
conseguindo, ele se recusa a desistir de trabalhar com cinema, decidindo agora
produzir um longa, tentando manter viva a paixão pelo cinema na vidas
daquelas pessoas que vivem na sua
cidade. Neste quesito o protagonista retrata super bem as dificuldades e
preconceitos enfrentados pelos realizadores e como a falta de incentivo
financeiro prejudicam as produções, mas, quem ama realmente o cinema e sua
magia, se dedica a lutar pra que pessoas e mais pessoas possam ter acesso,
conhecer e se apaixonar por filmes. São
nestes momentos que o espectador vibra e rir com a criatividade que todos os
realizadores precisam ter, principalmente quando vão utilizar efeitos práticos.
Atrelado a isso, temos também uma situação um tanto forçada pra justificar um
personagem de um famoso diretor e como ele teve a ideia de criar um de seus
personagens mais amados na história do cinema de ficção.
Edmilson Filho, novamente no
papel de Francisgleydisson está muito a vontade em sua caracterização, da mesma
forma que os demais personagens, os quais apenas repetem seus exaustivos e
cansativos bordões de sempre, apresentados no primeiro filme. Mesmo alguns
novos personagens, também não acrescentam muito e se utilizam do artifício das
caras e bocas para serem mais engraçados. O roteiro fraco e bem genérico, não
exige muito dos atores, e isso incomoda bastante, pois não tiveram nenhum
trabalho em modificar questões simples, até o recurso da legenda que é
utilizado novamente, não funciona como deveria, deixando a sensação, que ele
era totalmente desnecessário.
A fotografia reconstitui bem
os anos 80, com uma paleta de cores em tons de bege, amarelo opaco e creme, nos
remetendo às produções daquele período, nos fazendo transportar à época. Também
o uso de luzes neon, apesar do exagero em uma cena específica, denota um certo
sabor saudosista na narrativa. O figurino também é bem peculiar, embora seja
percebido um certo toque das roupas dos anos 70, chegando a nos confundir um
pouco no período em que a história é contada.
Os efeitos visuais de luzes e o som deste filme, merecem elogios, justamente porque fazem jus a
presença alienígena e a nave, tamanha é a perfeição. O fato da cena se passar a
noite, facilitou muito o uso do CGI, porém, a magnitude e beleza da construção
desta sequência, foi além expectativas.
Cine Holliudy 2 – A Chibata
Sideral, não é um filme tão bom quanto se esperava, porém entrega alguns
momentos engraçados, instantes dramáticos forçados, atuações na média, bons
efeitos visuais e sonoros, que consegue divertir o espectador menos exigente. É
uma comédia diferenciada entre tantos besteiróis que nos é apresentados, que ao menos têm suas peculiaridades
regionais e algumas presenças conhecidas no cenário da comédia nacional.
PROGRAMA CLUBE DO FILME
No programa Clube do Filme
deste sábado, às 13h pela Rádio Cultura do Nordeste 96,5 FM/1130 AM,
apresentado por Edson Santos e Mary Queiroz, será feita UMA ANÁLISE DO FILME
"PERFUME DE MULHER”, em comemoração ao DIA DE AÇÃO DE GRAÇAS. Nos estúdios
da Rádio, a participação dos Voluntários do Grupo PONTO & VÍRGULA: Betto
Moura, Vanessa Melo e Nataly Almeida.
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