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sábado, 6 de fevereiro de 2021

COLUNA CLUBE DO FILME COM MARY QUEIROZ

 


O RETORNO DE MARY POPPINS


Cansativo, longo e desnecessário. Esse filme nada acrescenta de novo em relação ao clássico!

Fazer uma continuação de um clássico com mais de 50 anos sem perder a magia, o encantamento e o carisma de personagens, pode parecer fácil, mas a Disney erra feio ao tentar resgatar a babá perfeita Mary Poppins na sequencia de 2018, onde ela retorna para mais uma vez para salvar uma família em apuros. A ideia poderia ser louvável, se não tivesse ficado tão ridícula na versão nova de Poppins.

Em 1964 a Disney lança aquele filme que se tornaria um clássico cinematográfico além de ser incluído na 6.ª colocação da Lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos, idealizada pelo American Film Institute (AFI), divulgada em 2006. A babá mágica encantou a todos numa demonstração clara de que a Disney sabia levar entretenimento para toda família. Isso somado ao carisma impressionante de Julie Andrews, aliada ao não menos carismático Dick Van Dyke onde os 2 possuem uma química interpretativa fenomenal com tanta graça e leveza em suas atuações, deixando o espectador completamente extasiado tamanha performance da dupla. Sem dúvida, formaram um par perfeito, além de cantarem e dançarem num sincronismo poucas vezes visto em um musical. Vale muito a pena ver esse filme.

O elenco secundário também dá um show a parte, as crianças com sua inocência e simplicidade dão um banho de interpretação ao lado dos atores mais veteranos. Um elenco primoroso, afiado, dinâmico e muito divertido, como o filme quis mostrar. É emocionante de ver e rever toda essa magia extasiante, em um filme recheado de um colorido vivo, alegre e bem distribuído na tela. Sem falar nos efeitos especiais onde vemos atores contracenando com desenhos animados. Para a época, e mesmo assistindo hoje esse filme, esses efeitos continuam tão perfeitos quanto as mais caras produções da atualidade. MARY POPPINS é um filme-musical que cativa pela leveza da história com personagens que pululam nosso imaginário, graças a uma dose extrema de excelentes atuações.

Mas, passado pouco mais de 56 anos após o filme original, a Disney nos traz essa sequência e diga-se de passagem, para que? Por que trazer de volta uma personagem tão querida, numa produção tão ruim? Situado na década de 1930 em Londres, que é o período dos romances originais de P. L. Travers, a história segue Michael (Ben Whishaw) e Jane Banks (Emily Mortimer), que agora estão crescidas. Michael está morando com seus três filhos (Pixie Davies, Nathanael Saleh e Joel Dawson) e a governanta Ellen (Julie Walters), na casa de Cherry Tree Lane. Depois que Michael tem uma perda pessoal, Mary Poppins (Emily Blunt) volta para a vida da família Banks. Ela é acompanhada por um acendedor de rua chamado Jack (Lin-Manuel Miranda), e uma prima excêntrica chamado Topsy (Meryl Streep).

O filme se arrasta nas suas 2 horas de duração, tentando buscar aquela essência trazida no filme original. O Michael vivido por Ben Whishaw e a Jane Banks interpretada por Emily Mortimer formam uma dupla de irmão e irmã totalmente fora do tom e da realidade. São pouco convicentes nas atuações, falta mais substância, mais energia, mais vida nas suas interpretações. As crianças, nem de longe retratam os atores mirins do primeiro filme da personagem, sendo extremamente chatos, enfadonhos e exageradamente caricatos em todas as cenas. A total falta de sintonia parece ser o mote deste filme.

Nem mesmo a introdução de nova personagem, a prima excêntrica Topsy, vivida por Meryl Streep consegue animar um pouco o musical, através de uma das cenas totalmente sem imaginação ou necessidade para acontecer. Horrível, sem graça, sem dinâmica uma falta de tudo em um momento sem nenhum motivo para acontecer. Quem ver ou viu o filme vai entender qual cena me refiro, pois não vou entrar em detalhes para não dar spoilers. A suposta diversão passa longe deste filme. A direção do veterano Rob Marshal deixou muito  desejar nesse filme.

E Emily Blunt, como a Mary Poppins? Ter a responsabilidade de assumir o manto no lugar de Julia Andrews, é um compromisso de competência extremamente grande, mesmo para o talento de Emily. Mas, infelizmente, sua interpretação fica muito além do que foi a Mary Poppins de Julie Andrews. Ela até que se esforça para se entregar à personagem, tenta ainda dar uma mudada no jeito em que Mary Poppins se comporta, mas erra feio ao fazer isso pelo fato de que quando você tem a referencia da personagem e tenta acrescentar algo que não condiz com ela, isso decepciona pois foi introduzido algo não pertinente a sua característica. O lado meigo, gentil e espontâneo de Mary Poppins, bem como sua energia vibrante não são vistos na atuação de Emily Blunt.

A mesma coisa pode-se dizer do personagem Jack, interpretado pelo ator Lin-Manuel Miranda, uma outra decepção. Ao tentar destacar ou homenagear o personagem tão magistralmente feito pelo Dick Van Dyke, o que vemos é um exagero esforço para não se chegar a lugar algum. Lin-Manuel Miranda não tem carisma, nem veia cômica ele possui, além de uma total falta de química, sincronia e sintonia com a Emily Blunt que também não se esforça em compactuar nas cenas com ele. Na verdade, quando os dois estão juntos contracenando, nos dá a impressão de que um quer superar ao outro.

O Retorno de Mary Poppins é fraco, pobre, sem graça e sem estilo. Uma verdadeira decepção. Pelo menos podemos nos divertir muito vendo e revendo o filme original, numa perfeita overdose de qualidade, com uma Julie Andrews soberba e um Dick Van Dyke supremo.

PROGRAMA CLUBE DO FILME


No programa Clube do Filme deste sábado, 06 de fevereiro 2021, às 13h pela Rádio Cultura do Nordeste 96,5 FM/1130 AM, apresentado por Edson Santos e Mary Queiroz, terá como tema: “OS FILMES INDIANOS”, com a participação do Poeta Cosmo Ramos nos estúdios da Rádio.

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