A FREIRA
Beleza e horror num só
filme!
Fim de semana chegando e
como sempre a gente reserva aquele tempo pra assistir uma boa produção
cinematográfica e como fã de um bom terror, conferir o que A Freira iria nos
entregar é essencial.
Desde que Invocação do Mal
foi nos apresentado em 2013, passou a ser popular e se tornou um sucesso para
quem curte um bom terror. Conseguindo cair nas graças do público,
aproveitou- se deste fato e deu continuidade a franquia com
Invocação do Mal 2 ( 2016 ), possibilitando ainda que surgissem seus derivados
Annabelle (2014), Annabelle: A Criação do Mal (2017) e Annabelle 3: De Volta
Para Casa (2019), seguindo também com as produções de Invocação do Mal
3, lançam agora, A Freira, mais um filme de terror
sobrenatural, sendo um spin-off de Invocação do Mal 2, filme espetacular e que
conseguiu superar as produções de Annabelle por nos trazer uma trama recheada
de todos e possíveis ingredientes que compõe um filme aterrorizante.
Orçamentado em US$ 22 milhões, conseguindo na sua primeira semana de estreia
arrecadar mundialmente mais de US$ 130 milhões.
No filme vemos de início que
presa em um convento na Romênia, uma freira comete suicídio. Para investigar o
caso, o Vaticano envia um padre assombrado e uma noviça prestes a se tornar
freira. Arriscando suas vidas, a fé e até suas almas, os dois descobrem um
segredo profano e se confrontam com uma força do mal que toma a forma de uma
freira demoníaca e transforma o convento em um campo de batalha. O ponto forte
do roteiro de James Wan e Gary Dauberman, foi conseguir desenvolver uma
trama que seus principais personagens não estivessem ligados a grandes dramas
ou conflitos e sim ligados por situações e acontecimentos longe de seu
cotidiano. Preparando-os para um algo maior, os coloca diante de um cenário
tenebroso, assustador e muito sinistro para os fazer explicar ou entender fatos
sobrenaturais e capacitar o espectador acompanhar aquela jornada toda com
o coração na mão, a ponto de explodir e não se aguentar de tanto suspense. A
narrativa foi bem objetiva, favorecendo o público compreender cada ato e
também o principal objetivo da entidade maligna, onde durante toda a trama
foram violentos, demoníacos e macabros.
Seria injusto não exaltar
aqui o excelente trabalho de direção onde Corin Hardy conseguiu extrair todo
potencial do cenário, transformando o convento num ambiente misterioso,
onde demonstra que num mesmo local pode habitar seres de luz como das trevas,
faz também que o público reflita sobre a vida e a morte quando os personagens
estão diante de catacumbas e um cemitério numa floresta ainda mais sinistra. As
atuações foram todas impactantes desde o momento um jovem chamado Frenchie
(Jonas Bloquet) encontra uma freira enforcada na frente de um convento,
até quando o Vaticano nomeia o padre Burke (Demián Bichir) para investigar a
situação e como misteriosamente chama a noviça Irmã Irene ( Taissa
Farmiga) para aquela jornada. Todos transmitem seriedade e veracidade em cada
ato, mostrando que incorporar um personagem naquelas situações requer muita
competência e ousadia, coisa que todos esbanjam na tela, deixando seus
personagens fortes, poderosos e marcantes, com identidade própria. O
humor funciona nos momentos certos e brinca com o que é sagrado e qual o
contrário do termo, levando os protagonistas mergulhar a fundo na busca pelas
respostas em ocasiões que o combate ao mal se faz necessário e isso
eles passam a entender quando se encontram presos nos mais diversos ambientes,
onde todos são mostrados em cenas que utiliza pouca luz e muita sombra,
enriquecido com os símbolos sagrados e profanos, uns usados sutilmente e outros
com o exagero merecido. Em muitos filmes de terror a escuridão atrapalha
a boa visão das cenas, mas neste, ela favorece positivamente fazendo que a
imersão do espectador seja mais completa e que ele absorva todo sentimento de
ameaça e perigo vivenciado pelos personagens e quando o longa mostra as
possessões, impacta pela habilidade como assusta e aterroriza.
O filme é mais que um
terror e quando se permite abrir espaço para uma aventura
investigativa, vai se tornando cada vez mais atrativo, e tortura o espectador
com a ideia que alguns personagens estejam tendo
alucinações e com dificuldade para julgar o que de fato é real e o
que não é, fazendo que isto atrase também todas as tentativas que os
personagens têm de evitar, barrar e vencer aquele ser sobrenatural e
maligno com capacidade possuir qualquer humano e o sucumbir
às forças do mal.
A Freira é aquele filme que
quando se está assistindo, a gente sente e sabe quando vai se assustar ou não
vai se assustar porque já viu as cenas de terror no trailer, e mesmo assim ele
ainda assusta extraordinariamente com os jumpscares (sustos programados
pela montagem e edição de som, com barulhos altos para fazer o espectador
saltar da cadeira), consegue também a proeza de nos assustar mesmo
quando a gente já sabe que vai se assustar e ele nos
assusta quando a gente nem imagina que vai se assustar. Nos assusta
quando promete o susto, nos assusta sem prometer e nos assusta por nos deixa
ciente que fomos assustados mesmo sem querer. Deu pra entender? Se não
deu, só assistindo para compreender. Porque o filme é excessivamente
tenebroso, muito assustador e um excelente terror.