Enfrentando o racismo
As imagens do motoboy Matheus Pires, de 19 anos, sendo humilhado por um morador de um condomínio de Valinhos-SP, viralizaram nos últimos dias. As cenas são revoltantes. O agressor afirma que o entregador tinha inveja do condomínio e da sua cor de pele, além de chamá-lo de “lixo” e de “semianalfabeto”.
Apesar das ofensas, o vídeo mostra que o entregador manteve a calma ao responder ao morador.
Em entrevistas à imprensa,
Matheus Pires contou que sua formação religiosa foi fundamental para manter o
equilíbrio durante a situação, e narrou que sofreu outras agressões, entre elas
que o morador cuspiu nele e jogou a nota do restaurante no motoboy. A vítima
registrou Boletim de Ocorrência por agressão verbal e racismo. A família do
homem que fez ofensas racistas alega que ele tem esquizofrenia. A Polícia
Civil, que está investigando o caso, solicita o laudo médico.
A despeito das circunstâncias pontuais, o fato revela o horror do racismo em nossa sociedade. A questão racial está umbilicalmente ligada às desigualdades sociais e à nossa constituição democrática e cidadã. Esta crise destaca a necessidade de ações de lideranças com capacidade para romper barreiras e promover comunidades justas e fraternas.
Neste contexto, ecoam as palavras do líder negro cristão Martin Luther King, que foi uma das maiores vozes contra a injustiça social no século XX, com uma atuação baseada no princípio da não-violência: “Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele”. Que surjam homens e mulheres que se levantem contra práticas injustas e opressoras, motivando uma transformação estrutural na sociedade e despertando a consciência das pessoas.