Mulher não pode ser tratada
como objeto
As abomináveis e repugnantes declarações do deputado Artur do Val causam vergonha e indignação. O parlamentar, que foi à Ucrânia com a justificativa de realizar trabalho humanitário, afirmou que as mulheres daquele país “são fáceis porque são pobres” – um comentário inaceitável por parte de um cidadão, sobretudo de um deputado, que deveria servir de exemplo à sociedade. Somente após as repercussões negativas, o deputado pediu desculpas publicamente e retirou sua pré-candidatura ao governo do estado de São Paulo.
O erro do deputado é simbólico, sobretudo por ter ocorrido no mês da mulher, quando muitos projetos de interesse da população feminina devem ser votados nas casas legislativas. A fala reflete concepções equivocadas e perniciosas que estão presentes na sociedade, em todos os setores econômicos e ideológicos.
Essas visões deturpadas servem de substrato para os mais diversos tipos de agressões às mulheres. Isso porque a mulher não é vista em sua plena humanidade, mas tratada como objeto. Certamente é dessa raiz que vêm crimes como a mulher de 40 anos e sua filha, encontradas mortas dentro de casa em Gravatá, no sábado (05). Crimes assim devem ser investigados e julgados, com os culpados recebendo punições severas.
Para combater violações legais assim é que estamos investindo e acompanhando as obras da nova Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Caruaru. Através de nossas emendas parlamentares, destinamos R$ 785.600,92 para a instalação do equipamento, que proporcionará um atendimento humanizado às mulheres e meninas vítimas de violência. Essa nova Delegacia é simbólica, pois reflete a interação entre os três poderes e a sociedade civil no intuito de salvar vidas. A necessidade de mudança é o combustível para a luta por mais respeito, dignidade e justiça para as mulheres.