O Manicômio da Ultradireita.
Quem, em sã consciência,
montaria uma cena que remeteria a um líder nazista, e depois divulgaria
publicamente? Onde encontraríamos ecos do discurso nazista nos dias atuais?
Um homem do teatro, com formação
em artes e professor de literatura dramática e história do teatro, dificilmente
cometeria erros em seu pronunciamento público. Esse homem é o ex-secretário
especial de cultura, vinculado ao Ministério do Turismo, Roberto Alvim. Foi
esse mesmo homem que montou uma cena com todos os elementos visuais, auditivos
e argumentativos que remetem ao propagador do mal Joseph Goebbels, que carrega
em sua biografia a célebre frase: “Uma mentira contada mil vezes, torna-se uma
verdade”.
Roberto Alvim, em pronunciamento
público para divulgar Prêmio Nacional das Artes, protagonizou uma das cenas
mais repugnantes que uma figura de estado poderia realizar, copiou deliberada e
dolosamente o discurso de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda da Alemanha
Nazista, esse último, um devotado apoiador de Adolf Hitler, antissemita que
apoiou publicamente o extermínio dos judeus.
Os ventos gélidos do
discurso nazista, que carregava em sua mensagem o antissemitismo, combinados
com um grau de moralismo que tachava toda arte, expressão cultural, que não
seguisse a linha ideológica nazista decadente, chegou, infelizmente, em nossas
terras. Os uivos delirantes foram ecoados no seio do poder, e são fruto, em
grande medida, de uma embriaguez ideológica que foi assumida por um governo que
dividiu o país, na trincheira que foi aberta pelo PT, nós contra eles, ou ainda, na tese de que: se não estais
comigo, estais contra mim.
Digno de nota foi a forma
rápida com a qual o governo agiu, demitindo o transloucado ex-secretário
especial de cultura Roberto Alvim. Outrossim, a saída de Roberto Alvim deixou
aberto um debate substancial acerca da qualidade, profundidade e tratamento da
cultura em nosso país.
A palavra cultura ou
cultural aparece 68 (sessenta e oito) vezes na Constituição Federal, mas no
atual governo foi relegada a segundo plano, sendo um apêndice na pasta
(ministério) do turismo. O governo não tem uma plataforma, programa ou política
pública relacionada à cultura para apresentar à sociedade, carecendo de um
política pública para tratar de forma inclusiva todas as mais variadas
manifestações culturais. Desse modo, o momento é oportuno, sem ser oportunista,
para discutirmos qual o melhor modelo, forma, método de fazer a cultura,
conservá-la nas suas mais diversas manifestações. Pergunta importante é como o
estado brasileiro fomentará e difundirá
a cultura interna e externamente.
Joseph Goebbels e Roberto
Alvim têm em comum o discurso, mas esperamos que essas semelhanças parem por
aí, e que os governos sejam diferentes.