Crimes de proximidade: a
banalização da violência
Desentendimento no trânsito;
briga por causa de som alto; conflito entre familiares. São alguns exemplos de
momentos de tensão que podem acontecer no dia a dia de qualquer pessoa, mas que
também podem dar início a um problema muito maior: os chamados ‘crimes de
proximidade’. O termo refere-se à violência praticada por impulso, que pode
provocar tipos penais como lesão corporal, crimes contra a honra e até
homicídio.
Os crimes de proximidade são
os mais difíceis de ser evitados pelos órgãos de segurança, pois na maioria dos
casos não são premeditados, mas acontecem por causa da ‘cabeça quente’ dos
envolvidos, de modo que a Polícia não tem condições de prever. Através de uma
observação prática, porém, é possível afirmar que essa forma de violência é
mais propensa a acontecer em locais com muita ingestão de bebidas alcoólicas,
promiscuidade sexual ou uso de drogas. Em outras palavras, as pessoas ficam
mais vulneráveis à violência onde o poder público não está presente.
Esse é um problema que
acontece em todo o Brasil, mas vamos trazer um olhar específico para
Pernambuco. Um levantamento da Secretaria de Defesa Social referente a 2018
aponta que os conflitos na comunidade ocupam o 2º lugar na motivação de
homicídios no estado, com 802 casos registrados, ficando atrás apenas dos atos
relacionados à atividade criminal (2.191 casos).
Esse assunto é
complexo e envolve os mais diversos atores sociais. O poder público, principalmente
em âmbito municipal, deve cumprir seu papel com um planejamento urbano voltado
para a valorização da vida, assim contribuindo para substituir a banalização da
violência por uma cultura de paz.