A pandemia e a fome
As consequências da pandemia
do novo coronavírus são sanitárias, geopolíticas, econômicas e sociais. Os
impactos desta última são perceptíveis, sobretudo pelas pessoas que mais
necessitam. Quem vive nos bairros mais afastados sente medo tanto do vírus
quanto da fome.
Esta realidade já apresenta
sinais em Caruaru. Não são poucos os relatos que nos chegam sobre famílias
necessitadas. As medidas de isolamento social possuem um caráter fundamental,
recomendadas pelos principais órgãos de saúde do mundo inteiro. Contudo, o
cumprimento de tais exigências deve estar alinhado com alternativas de
subsistência.
Há lacunas nas três esferas.
O Governo Federal ainda não editou as regras para funcionamento do auxílio de
R$ 600. Em âmbito Municipal e Estadual, faltam ações que atendam de forma
emergencial as pessoas que mais precisam do poder público. Ambas as esferas
podem seguir o exemplo do estado do Paraná, que está entregando alimentos
perecíveis e não-perecíveis a famílias de estudantes em situação vulnerável, o
que ficou conhecido como ‘kit merenda’. O silêncio sobre este tema é
injustificável.
Na homilia desta
segunda-feira, 06/04, o papa Francisco alertou o mundo sobre a indiferença aos
mais necessitados. Que possamos enxergar e agir para minimizar esta situação
que, segundo o papa, “é a pobreza de muita gente vítima da injustiça estrutural
da economia mundial”. Os grandes
problemas globais apresentam facetas em nossas localidades. Vencer tais desafios
deve ser um compromisso ético, político, cidadão e, principalmente, humano, de
todos nós.
