Eleição no
Senado: velha e nova política em tensão
Através de um
processo turbulento, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito presidente
do Senado. Um dos mais jovens senadores a presidir a Casa, a eleição foi
marcada por embates acalorados. Na sexta-feira, 1º, após cinco horas de
debates, os parlamentares decidiram que a votação deveria acontecer por meio de
voto aberto. Porém, durante a madrugada, uma decisão emitida pelo presidente do
Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, determinou que a votação deveria ser
secreta.
O processo de
votação recomeçou no final da manhã do sábado, 2, encerrando-se no início da
noite. Nesse período, a eleição ocorreu duas vezes – na primeira, uma cédula a
mais foi encontrada na urna durante a apuração. Um episódio lamentável para uma
Casa que deve servir de exemplo para os brasileiros.
No seu discurso,
ainda na condição de candidato, Alcolumbre se comprometeu em ampliar a
transparência dos atos legislativos. Ele também reconheceu que existe uma
complexa crise fiscal, sendo necessária a correção de certas distorções através
de reformas. Desta feita, ele sinalizou que é preciso destravar questões como a
Reforma da Previdência. Esse é um dos temas que geram muita expectativa no
mercado e, consequentemente, na população como um todo.
Pouco antes da
vitória do senador novato como presidente, o seu principal opositor, Renan
Calheiros (MDB-AL) retirou a candidatura, exclamando: “Este Davi é um Golias!”.
Por mais problemática que tenha sido a votação da presidência do Senado, ela
representa um pouco da tensão entre a velha e a nova política – neste caso
representadas por Calheiros e Alcolumbre, respectivamente.
A população não
quer mais saber de ‘velhas raposas’ que se utilizam das práticas mais abjetas
para se perpetuarem no poder. É preciso que as decisões políticas sejam tomadas
com transparência e equidade, em sintonia com os desejos e as demandas da
população.
