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sábado, 20 de março de 2021

COLUNA CLUBE DO FILME COM MARY QUEIROZ

 


A MORTE TE DÁ PARABÉNS 2

 


O roteirista acerta a mão e o resultado é um filme bem divertido. 

Já era esperado que A Morte Te Dá Parabéns tivesse uma sequência, devido ao sucesso alcançado na bilheteria em 2017 quando foi lançado. O que não imaginávamos era que esta continuação iria nos surpreender tanto, justamente porque desde o primeiro filme, a ideia trabalhada é a mesma que já conhecemos do filme Feitiço do Tempo (1993) e Nu (2017), uma produção da Netflix. Pegando a mesma  ideia e misturando- a com uma boa dose de suspense e diversão, a Blumhouse acerta ao resgatar o interesse do público por filme slasher, mostrando que este subgênero ainda tem muito o que exibir no cinema. Com muitos erros e acertos, a Blumhouse, sem dúvida é a responsável pela maioria dos filme de suspense e terror que venho assistindo. A grande maioria, produzidos com baixo orçamento, mas com muita  qualidade, como a trilogia de Uma Noite de Crime (2013, 2014 e 2016), O Presente (2015), Fragmentado (2016), Corra (2017), Halloween (2018), Vidro (2019) e A Primeira Noite de Crime (2018). 

Na minha lista também têm alguns que são horríveis como Verdade ou Desafio? (2018), Ouija (2016) e Sobrenatural: A Última Chave (2018), porém  o mais importante é que todos, assim como A Morte Te Dá Parabéns, devem ser apreciados e recomendados, sobretudo para as pessoas que buscam se descontrair assistindo uma sessão de terror ou mesmo a trajetória de psicopatas e  assassinos em série.

Quem não viu A Morte Te Dá Parabéns, seria interessante ver antes de conferir sua sequência, pois muitos acontecimentos estão ligados diretamente com o que foi apresentado no primeiro quando Tree (Jessica Rothe) a jovem estudante,  tratava mal os meninos, desdenha das amigas e não parece estar muito disposta a atender as ligações do pai no dia do aniversário dela. No fim do mesmo dia, ela era  brutalmente assassinada por um mascarado, mas acontecia que ela sobrevivia, ou melhor, acordava no mesmo e fatídico dia, numa espécie de looping macabro, que terminava sempre com a morte dela. Repetir, seguidamente, o mesmo dia, por outro lado, deu a Tree a chance de investigar quem estava querendo  a morte dela e o porquê. Agora em A Morte Te Dá Parabéns 2, Tree olha para o futuro, tentando escrever uma nova história ao lado de Carter, seu namorado. No entanto, quando um experimento científico dá errado, a jovem é forçada a retornar ao fluxo de repetição e, desta vez, morrer não será o bastante para escapar.

Logo no início, o filme acerta ao tratar a questão básica da trama, colocando seus personagens diante da mesma situação, só que desta vez, esquece o terror e engaja na ficção científica, com direito a teorias do multiverso e dimensões paralelas. Mérito pra o roteirista que acerta o tom.Se tudo agora se apresenta diferente para a protagonista, imagine para o público.  O questionamento sobre o emprego da teoria de realidades paralelas é certeiro não apenas por demonstrar a autoconsciência da produção mas porque também serve por evidenciar uma das questões principais colocadas pelo novo capítulo, se filmes  assim podem funcionar e  em todo o contexto foi mostrado que funcionam muito bem.

Isso é resultado de uma direção exemplar. Christopher Landon, que dirigiu (Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi), transmite seu amor por esta sequência  durante todo o filme, mas não faz isso de modo gratuito, e sim utilizando boas referências de outras obras para provar competência. Aqui o terror e humor caminham juntos, numa harmonia fantástica, valorizando ainda mais cada ato dos  personagens, deixando as sequências de cenas mais leves, sem que seja preciso exibir a todo momento o mascarado esfaqueando suas vítimas pra deixar o espectador mais empolgado. A escolha da atriz desde o primeiro filme foi perfeita, pela sua graça, carisma e impacto causado pela veracidade que ela transmite as emoções. É simplesmente sensacional ver os ataques de loucura de sua personagem e isso ela faz com leveza, sem ser caricata. Outro destaque  que precisa ser lembrado, são os coadjuvantes e os novatos. O colega de quarto do Carter, Ryan (Phi Vu), também fica preso no looping temporal e se torna o grande alívio cômico do filme no início. É por causa dele que tudo acontece  e só a sua ajuda será capaz de desvendar o mistério. Ao lado de dois colegas estudantes de mecânica quântica, Samar Ghosh e Andrea 'Dre' Morgan (Suraj Sharma e Sarah Yarkin, respectivamente. Certemente uma escolha certeira que somou no desenrolar na história.

O diretor e também roteirista certamente conseguiu entregar um produto que trouxe de volta  o mesmo elenco, interpretando os mesmos personagens,  mas que segurou do início ao fim o interesse do público no geral. A dinâmica utilizada na narrativa favoreceu as cenas de repetição das mortes.  Ágeis, com  intervalos certos pra não deixar a obra cansativa e abrindo espaço para explorar também o lado dramático da relação da protagonista com sua mãe, dando também um tom dramático a vários acontecimentos.

A Morte Te Dá Parabéns 2 é um excelente filme, merecedor dos mais diversos elogios, principalmente pelo desfecho que reforça a ideia que quando o roteirista acerta o tom, o resultado é  um filme bem divertido.

 Programa Clube do Filme

 


O programa Clube do Filme vai ao ar, ao vivo, todo sábado, às 13h pela Rádio Cultura do Nordeste 96,5 FM/1130 AM, apresentado por Edson Santos e Mary Queiroz. Acompanhe pelas Redes Sociais:

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