QUARENTENA:
ENTRE O VÍRUS E A FOME
O país vivencia um dos períodos mais caóticos da pandemia de Covid-19. Os óbitos crescem a cada dia e a vacinação continua em passos lentos. As novas variantes tornaram a situação ainda mais trágica e de difícil controle.
Em um cenário de guerra, o
desgaste político também tem desestabilizado o Brasil em diferentes maneiras.
Corrupções envolvendo verba pública para enfrentamento da pandemia, gestores
com o pensamento nas eleições de 2022 e um chefe do executivo que
estrategicamente nega os fatos e tenta seguir como se nada estivesse acontecendo.
Do outro lado está a
população, dividida e desorientada. O Brasil se tornou em resumo, o clube dos
que: amam Bolsonaro e dos que odeiam Bolsonaro. Enquanto isso... enfrentamos
uma grave crise econômica onde várias famílias se encontram passando fome, e
juntamente a isso, uma grave crise sanitária, que tem levado a mais de duas mil
mortes a cada 24 horas.
Entre os dias 18 e 28 de
março, Pernambuco estará sob quarentena. A tentativa segundo o Governo é trazer
um fôlego na sobrecarga de internações em Unidade de Terapia Intensiva. Caruaru
por exemplo, tem chegado a 100% de ocupação dos leitos destinados à essa
doença.
A verdade é que a situação
tem se tornado insustentável. É difícil fazer com que aqueles que sobrevivem do
trabalho diário, fiquem em quarentena. Muitas pessoas se alimentam com o que
conquistam no dia, não tem salário fixo ou reservas financeiras. Outros tem
condições de cumprir o isolamento, mas optam por não fazê-lo. Preferem promover
ou frequentar festas clandestinas, reunir familiares e amigos.
Não ter um plano claro de
enfrentamento a pandemia também agrava muitíssimo a situação. A sensação que
temos é que estamos em um verdadeiro “salvem-se quem puder”, pois a cada
instante uma orientação é dada ou desmentida. Sem unidade alguma dos políticos,
que nesse momento se encontram (em maioria) defendendo os próprios interesses e
não o bem comum.
O que posso dizer a você que
lê a coluna de hoje é: mantenha os cuidados que todos já sabem. Use sua
máscara, lave suas mãos, não aglomere. Façamos o que esteja ao nosso alcance
para não contrair o vírus, pois caso o tenhamos na forma mais grave, não existe
garantia de assistência mínima. O vírus e a fome estão entrelaçados e
certamente isso torna o combate ainda mais dificultoso.
Essa foi minha opinião de mulher de hoje. Participe conosco
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