Mesmo em meio a uma pandemia sem precedentes, que tem afetado o mundo
inteiro, o abuso de poder por parte do Estado de Pernambuco não pára. Tomamos
conhecimento, ontem (1), que o Presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, recebeu
uma punição de 20 dias de suspensão em um processo administrativo totalmente
ilegal, simplesmente por ter criticado o Governador, em 2018, durante um ato
que reivindicava o direito a liberdade sindical. A resposta do governo foi dada
com mais um ato de perseguição, ironicamente.
Além da punição de 20 dias de suspensão no salário, o Governador ainda
instaurou mais um processo administrativo contra Áureo. Dessa vez, o “motivo”
foi o início da campanha salarial dos Policiais Civis em 2020; e por denúncias
que apontavam, novamente, a falta de estrutura nas Delegacias/Institutos e
Departamentos da Polícia Civil no estado. É simplesmente revoltante que o
Governo Estadual em vez de sentar, conversar e negociar com os trabalhadores
que estão enfrentando a violência na ponta, prefira a truculência contra os
servidores públicos.
Para Áureo, "é lamentável que em plena pandemia o governo do estado
esteja se ocupando em perseguir um servidor público que exerce representação
sindical. Estou sendo punido por cumprir o meu papel como presidente do Sinpol,
cobrando melhores condições de trabalho para minha categoria. Pior, fui
condenado em um processo totalmente viciado, sem o direito a ampla defesa ou
contraditório. Em nenhum momento fui intimado, não sei quem são as testemunhas
e muito menos tive direto a me defender desse verdadeiro absurdo. Fala-se muito
que Bolsonaro é fascista, mas quero lembrar o governador de que perseguir
críticos é uma expressão fascista, cometida por representantes do Partido
Socialista Brasileiro (PSB). No mínimo contraditório", avalia.
Aproveitando o ensejo, o Sinpol anuncia que em breve, no final do ano,
Áureo Cisneiros não será mais presidente do sindicato e que não mais concorrerá
ao cargo, já que por iniciativa dele mesmo o estatuto da entidade só permite
uma reeleição, para evitar o que acontece em boa parte dos sindicatos, quando
pessoas se perpetuam no poder indefinidamente. Por isso, a defesa de Áureo não
é apenas a defesa do servidor público, pessoa física, mas é a defesa simbólica
da Instituição Sindical que representa os Policiais Civis no estado de
Pernambuco.
É a garantia de que os próximos presidentes e diretores do SINPOL terão
“proteção” para proteger e denunciar as precariedades das estruturas na Polícia
Civil e por brigar por melhores salários. Um ataque ao presidente do SINPOL é
um ataque a todo funcionalismo público de Pernambuco e do Brasil. Não podemos
deixar que o Sindicato fique refém de um governo que não respeita quem defende
a sociedade da criminalidade. Áureo já acumula 17 PADS e ainda tem um de demissão
na mesa do Governador. A luta vai continuar!!!